Médicos dos clubes do Rio finalizaram nesta quarta-feira o documento ‘Jogo Seguro’, que reúne em 15 páginas os protocolos que deverão ser seguidos primeiramente na volta aos treinos, mas que também preveem ações preventivas para o retorno dos jogos de futebol durante a pandemia do novo coronavírus.
Organizado pelos doutores Márcio Tannure, do Flamengo, Christiano Cibelli, do Botafogo, Eduardo Moraes, do Boavista, e Marcos Teixeira, do Vasco, a proposta está nas mãos do presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, que também é médico, e vai encaminhar as diretrizes para as autoridades de saúde do Estado.
A ideia é que o poder público libere as equipes que quiserem e estiverem prontas para voltar aos treinos a partir da próxima semana, dia 21 de abril. O Flamengo é quem mais insiste em manter a data, enquanto o Fluminense deu mais dez dias de férias.
Independentemente de data de retorno aos trabalhos, a Ferj quer informar aos órgãos do governo que está pronta para retomar o Campeonato Estadual em breve, de preferência em maio. Mas não há pressão pela volta dos jogos agora, e sim dos treinos.
Os clubes entendem que o retorno aos trabalhos sob uma série de cuidados pode estimular as autoridades a liberarem os jogos. O tema será debatido em videoconferência entre dirigentes nesta quinta-feira, já com o protocolo médico elaborado em mãos.
Há todo um cuidado para não colocar o retorno do futebol como tema mais importante que o controle da pandemia no Brasil. E todos os envolvidos insistem que as atividades só serão reiniciadas com o aval das autoridades.
Além dos protocolos médicos elaborados para os treinamentos serem retomados, o documento também esbarra nas medidas preventivas para o retorno das partidas sem público.
Blindagem contra disseminação
Entre as medidas aprovadas no documento, há inclusive a adoção de praticas para conter a contaminação de jogadores em caso de um deles contrair a Covid-19.
A ideia é blindar a disseminação dos casos entre jogadores e funcionários dos clubes, mas não há pretensão de excluir a possibilidade de contágio.
Ainda assim, haverá radical mudança de hábitos. E os atletas terão responsabilidades fora do clube. Em casa, os familiares também serão monitorados por profissionais de saúde.
Uma das medidas é restringir o trabalho da rouparia nos Centros de Treinamento, com a limitação no uso de uniformes. Também não será permitido ingressar nos treinos com alimentos. As cozinhas dos clube serão fechadas. Assim como restaurantes.
Quando chegar para o treino, o atleta terá sua temperatura aferida ainda em seu carro, e só depois poderá ingressar no chamado corredor de segurança, onde há controle para evitar contatos e aglomerações.
Todo esse protocolo será adaptado aos clubes de menores investimento, já que para que se adote as medidas será necessário um gasto considerável.