O filme é totalmente diferente, quase que antagônico, mas o papel de protagonista não mudou. Na reta final do Brasileirão, Wallyson, o mesmo que garantiu a classificação para a fase de grupos da Libertadores no início do ano, ressurge como principal atacante do Botafogo e enche o técnico Vagner Mancini de esperança.
O início foi arrasador, digno de um longa-metragem épico. Como um príncipe, o camisa 19 viveu uma noite de glória no Maracanã, em 5 de fevereiro. Marcou três gols na vitória de 4 a 0 sobre o Deportivo Quito e carimbou o passaporte alvinegro rumo à primeira etapa da competição internacional, que o clube não disputava há 17 anos.
Na sequência, outro gol na vitória de 2 a 0 sobre o San Lorenzo, que mais tarde se tornaria campeão. Wallyson, então, caiu nas graças da torcida, mas por pouco tempo.
A eliminação antes da fase mata-mata frustrou a todos e mostrou que o elenco tinha um grave carência no ataque. O camisa 19 passou a receber críticas e os gols sumiram.
Com a chegada de Emerson Sheik, Wallyson foi para o banco de reservas e perdeu a confiança adquirida no começo da temporada. Estava cada vez mais difícil empurrar a bola para a rede.
As inúmeras chances perdidas durante os jogos irritaram os alvinegros, porém, a sorte mudou antes de a vaca ir totalmente para o brejo. Com três gols nas últimas quatro partidas, o atacante ajudou o Botafogo a reduzir para 59% as chances de rebaixamento e voltou a sorrir.
“Após a Libertadores, não tive uma sequência boa, e as coisas não vinham dando certo como eu queria. Depois tive chances de fazer gols, mas a bola não estava entrando. Sabia que se continuasse a trabalhar as coisas dariam certo. Só tenho a agradecer aos meus companheiros e familiares, que sempre acreditaram no meu futebol e no meu talento”, afirmou Wallyson depois de marcar o golaço que garantiu a vitória no clássico com o Flamengo.
No domingo, o camisa 19 reencontra o Cruzeiro, time pelo qual se destacou e foi artilheiro da Libertadores em 2011. Nova chance para mostrar que nasceu para brilhar.