A pandemia da covid-19 afetou milhões de pessoas e de diferentes maneiras. No caso de Ezequiel, ex-Botafogo, o vírus o tem impedido de conviver com a própria esposa. No Japão desde janeiro, o atacante do Sanfrecce Hiroshima casou por procuração em fevereiro com Juliana Hermê. Desde então, os dois tentam se encontrar, mas o avanço da doença adiou a viagem, que ele espera que aconteça logo.
A decisão de casar mesmo à distância foi para facilitar os trâmites burocráticos para o visto da esposa. Entretanto, a explosão de casos no Brasil impediu que Juliana viajasse em março e somente nas últimas semanas foi possível dar entrada nos documentos para poder viajar. O casal, que se conhece desde 2017, nunca morou junto e o Japão será a primeira experiência. Por enquanto, o contato é feito apenas por vídeo chamada.
“O casamento por procuração não foi um problema, porque já pensávamos em casar no final do ano, então só antecipamos! Agora estamos aguardando a liberação do visto, pode ser a qualquer momento” disse Ezequiel.
Aos 22 anos, Ezequiel está sozinho em Hiroshima. No início, contou com a ajuda dos brasileiros do time (Rhayner, Douglas Vieira e Leandro Pereira) e de dois intérpretes para se adaptar à cultura do país e se comunicar. Agora, já consegue se virar sozinho pelas ruas, mas está deixando os passeios pela cidade para fazer em casal, quando a esposa chegar.
“Não conheci nada por aqui, estou esperando para ser algo para nós dois. Sem dúvidas vai virar lua de mel (risos)”, afirmou.
Passada a adaptação ao Japão, agora Ezequiel quer se firmar na equipe do Sanfrecce. Por enquanto, disputou apenas duas partidas saindo da reserva (após dois jogos em fevereiro, a temporada foi retomada no início de julho).
“A adaptação foi difícil no início, tanto na alimentação quanto no estilo de jogo, por ser muito defensivo. A questão da língua eu já esperava. Mas hoje já estou mais tranquilo, apesar de não estar jogando, já não tenho tantas dificuldades como no início”, completou.
Embaixador informal do Botafogo
Revelado pelo Botafogo, Ezequiel ainda guarda carinho pelo ex-clube e pode-se dizer que virou um embaixador informal. A chegada de Honda ao clube ajudou a aumentar a curiosidade dos japoneses sobre o Glorioso, e o atacante tem contribuído para passar informações e vídeos.
“Quando foi anunciado que o Honda tinha fechado, muitos me perguntaram sobre o clube, o país e o Rio. Hoje nem tanto, mas ainda comentam uma hora ou outra. Mostro fotos, vídeos da Botafogo TV, stories dos jogadores, e eles gostam muito. Tenho um carinho enorme pelo clube, sem falar na gratidão!”, completa.