O jogo contra o São Paulo marcou o melhor público do Botafogo presente no Nilton Santos neste Campeonato Brasileiro. Mas os mais de 18 mil torcedores não saíram nada felizes do estádio. O gol de Pablo, aos 46 do segundo tempo e que deu a vitória ao time paulista, esfriou o ânimo da torcida, bastante crítica ao técnico Eduardo Barroca, antes unanimidade entre os alvinegros. A principal queixa da arquibancada foi a manutenção do volante Cícero.
O experiente jogador é homem de confiança do treinador. Cícero atuou em 22 dos 24 jogos comandados por Barroca e foi substituído apenas três vezes. Coincidentemente, em todas elas, o Botafogo, que já vencia o jogo, saiu com o resultado positivo. Por outro lado, sem o jogador, o Bota não balançou as redes: dois empates (sem gols) contra Cruzeiro e Chapecoense.
O jogador de 35 anos sempre teve como destaque a versatilidade: meia de origem, já foi volante e atacante na carreira. No Glorioso, jogou até na zaga contra o Atlético-MG, pela Copa Sul-Americana, em partida que o Bota não tinha opções para o setor. Mas nunca foi veloz, e a torcida, cansada da lentidão alvinegra na saída de bola, por vezes coloca nele a culpa pela cadência da equipe.
“O Cícero com trinta minutos já havia me pedido para guardar a última substituição para ele. Ele estava com desconforto na perna. Eu estendi essa terceira mexida até muito próximo ali dos 41, 42 minutos. E aí o Luiz me procurou e pediu para sair, porque não estava mais aguentando. Então coloquei o Alan para fazer a função do Cícero e soltar o Cícero para fazer a função de centroavante”, disse Barroca.
No Nilton Santos, o técnico ouvia a “corneta” das arquibancadas desde os 20 minutos do segundo tempo, quando substituiu Gustavo Bochecha para a entrada do meia chileno Leo Valencia. O volante, xodó da torcida, fazia boa partida e deu assistência para o belo gol de João Paulo, o que não foi suficiente para garantir sua presença em campo até o fim do jogo. Nas 17 vezes em que atuou com Barroca (foi titular em 12 delas), Bochecha só não foi substituído em cinco oportunidades, apesar de contar com a confiança e admiração do treinador.
“O Gustavo vinha fazendo uma boa partida, mas ele também não é um jogador de imposição, é principalmente um jogador de predominância técnica. Entendi que com Léo [Valencia] a gente pudesse ganhar um pouco mais de chute de fora da área, profundidade”, justificou Barroca.