Júlio César acha normal desconfiança e fala da pressão e pedidos por Jefferson

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Por FogãoNET

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Aos 34 anos e indo para a sua terceira Copa do Mundo, o goleiro Júlio César é o jogador mais experiente entre os 23 convocados nesta semana pelo técnico Luiz Felipe Scolari para disputar o Mundial. Apesar da desconfiança de boa parte da torcida e da crítica, Júlio César disse, por telefone, diretamente de Toronto, no Canadá, que está pronto para defender o gol do Brasil na luta pelo hexa. Se diz mais maduro e mais profissional depois do que aconteceu há quatro anos, na África do Sul, quando chegou como o melhor goleiro do mundo e foi embora como um dos vilões da eliminação brasileira. E revela que foi o sonho de disputar uma Copa em seu pais que o fez reagir. Por isso, chorou ao ver seu nome confirmado na lista de Felipão, apesar de já estar convocado desde setembro do ano passado.

Você já disputou dois mundiais e foi o primeiro jogador convocado por Felipão para a Copa de 2014. Deu para se emocionar quando viu seu nome na lista dos 23 jogadores?

Chorei muito, minha mãe chorou e meus irmãos também. Copa é o ponto máximo para qualquer jogador. Lembrei-me de 2006, quando fui chamado para a minha primeira Copa. Também passou pela minha cabeça o período que fiquei longe da seleção. O fato é que nunca perdi as esperanças, mesmo nos piores momentos.

Muita gente achou que depois do que aconteceu em 2010, na África do Sul, sua história na seleção estava acabada. Você também chegou a pensar assim?

Nunca. Foi o sonho de jogar uma copa no meu país que me motivou a continuar, que me fez reagir. Passei por momentos muitos difíceis depois da Copa de 2010 e hoje vejo o quanto foi importante superar as dificuldades. Me tornei um profissional melhor, uma pessoa melhor. É nas dificuldades que você sabe quem é quem.

Felipão já deu várias demonstrações de que confia muito em você. Como foi o primeiro contato depois que ele reassumiu a seleção?

Um dia depois de assumir ele me ligou e falou que iria me observar. Mas não disse em momento algum que iria me convocar. Foi muito bom ouvir aquilo do treinador da seleção. Depois foi retribuir no campo a confiança que ele e a comissão técnica depositaram em mim.

Você foi o melhor goleiro da Copa das Confederações, mas mesmo assim ainda há muita desconfiança em relação a seu nome. Muita gente, inclusive, prefere ver o Jéfferson como titular da equipe. Se sente mais pressionado por isso?

Acho natural, pois fiquei um bom tempo sem jogar e hoje estou numa Liga que não é muito badalada. Mas não me sinto mais pressionado do que em outras ocasiões. Em 2010 cheguei a Copa como o melhor goleiro do mundo, ninguém contestava meu nome. E mesmo assim tomei um gol estranho contra a Holanda. A verdade é que goleiro não pode falhar nunca, seja você o melhor do mundo ou não.

Se tivesse que mandar uma mensagem para o torcedor brasileiro, você diria o quê?

Podem confiar em mim.

Tem gente que não leva a Liga Americana (MLS) a sério. Como tem sido este seu início no Toronto FC, que, apesar de ser do Canadá, joga o Campeonato Americano?

Estou muito satisfeito. O nível da Liga é muito maior do que as pessoas pensam. A estrutura do meu clube é brincadeira. As pessoas precisam acompanhar mais de perto para saber como é. Também estou muito satisfeito com o meu treinador de goleiros. Ele é escocês, um dos melhores com quem já trabalhei.

A seleção tem apenas seis jogadores que já disputaram uma Copa e você vai para a sua terceira. Experiência conta muito numa competição como essa?

Isso é relativo. Copa das Confederações não é Copa do Mundo, mas te dá uma noção de como as coisas estão. Vencemos México, Itália, Uruguai, Espanha, todas grandes seleções que estarão na Copa. Eu sei que vencemos as Confederações em 2005 e 2009 e não ganhos a Copa, mas isso não é uma regra, uma lei. A verdade é que todo mundo na seleção sabe o que nos espera.

A comissão técnica tem dois treinadores campeões do mundo. Jogador se sente mais confiante com isso?

Claro, mas não pelo nome, pela história que o Felipão e o Parreira têm no futebol. A confiança vem do que observamos no dia a dia.

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