Técnico responsável por duas das quatro vitórias do Botafogo no Campeonato Brasileiro, Bruno Lazaroni fez uma análise de sua curta passagem no comando do Glorioso na temporada. Em entrevista ao jornal “O Globo”, ele contou que até mesmo sua efetivação no cargo foi confusa.
– A princípio, começaria como interino, mas depois, por uma decisão não sei exatamente de quem, foi efetivo. Eu estava bem seguro do que estava fazendo. Já tinha construído minha carreira, esperando a oportunidade. Fui de peito aberto – afirmou o filho de Sebastião Lazaroni.
Bruno deixou o cargo após seis jogos (vitórias sobre Palmeiras e Sport, empates contra Fluminense e Goiás e derrotas para Grêmio e Cuiabá, este pela Copa do Brasil). Ele conta que não percebeu que havia insatisfação com seu trabalho quando foi demitido.
– Não diretamente. Mas tinha consciência de que treinador jovem, que está iniciando uma carreira, tem um prazo de validade menor do que outros que já construíram uma carreira estabelecida. Entendi que havia pequenos ciclos. Tivemos resultados razoáveis no primeiro (ciclo). Mas sabia que uma classificação na Copa do Brasil seria determinante para a continuidade. Esperava ser demitido após o primeiro jogo? Não. Mas não tenho mágoa alguma. O clube, empregador, tem total direito. É decisão dele – frisou, completando:
– Você não tem como saber quais foram os critérios. Talvez nem na contratação, nem na demissão. No futebol, tudo é possível. Dos seis jogos que fiz à frente da equipe, deixamos a desejar em dois: contra o Cuiabá, no jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil, e contra o Grêmio, fora de casa.
Apoio a Barroca
Demitido com um aproveitamento de 44,4%, Bruno Lazaroni foi sucedido por Ramón Díaz – que nem chegou a assumir por conta de um problema de saúde, tendo seu filho Emiliano conduzido a equipe em três jogos – e Eduardo Barroca. O atual comandante tem apenas uma vitória em dez jogos, mas, para Lazaroni, deve-se dar mais tempo.
– Vejo a manutenção do Barroca de maneira positiva. Primeiramente, a contratação do treinador tem que ter uma análise criteriosa, porque ele exerce função de liderança importante. Com isso, você consegue ser mais assertivo. Tem que haver respaldo ao trabalho e dar condições para o sucesso. Tem que dar tempo. As coisas podem vir a acontecer de forma positiva por mais vezes dessa forma do que criando ambiente de instabilidade, trocando treinador a cada um, dois meses – analisou.