Já passando por uma mudança gradual no seu estilo de jogar sob o comando do interino Bruno Lazaroni, o Botafogo deve ver esse processo se acentuar com a chegada de Alberto Valentim — o novo técnico será apresentado oficialmente amanhã. Diferentemente de Eduardo Barroca, seu antecessor, o mineiro de 44 anos é partidário de um jogo direto, de intensidade numérica.
No Avaí, clube do qual se despediu sexta-feira após quase quatro meses de trabalho, Valentim não teve muito tempo para fazer com que a equipe assimilasse seu estilo. Mesmo assim, e com o elenco pouco qualificado do time catarinense, conseguiu realizar uma façanha: a equipe venceu uma partida no Brasileiro, a primeira em 17 jogos, contra o Fluminense, no dia 2 de setembro. Ainda conseguiu mais duas vitórias e quatro empates em 15 partidas disputadas.
No Vasco, último clube em que teve tempo suficiente para desenvolver seu trabalho — entre agosto de 2018 e abril de 2019 —, mostrou um futebol de vocação para a pressão. A equipe jogava com uma linha de defesa alta, marcando a saída de bola rival quase na metade do campo. Outra característica era a tendência à superioridade numérica no ataque: era comum que os dois laterais fossem à frente simultaneamente. No Botafogo, o ofensivo Marcinho pode virar peça ainda mais importante.
Tanto esmero para pressionar tem seus custos. Os times de Valentim costumam cansar rápido e encontram dificuldades em se defender até o fim dos jogos.