Locutor da Rádio Globo e da CBN, Luiz Penido é famoso principalmente no Rio de Janeiro por narrações históricas carregadas de emoção. Apesar de evitar dizer o time que torce e ter carinho por todos os clubes grandes da cidade, o radialista explicou em entrevista no “Canal do TF” como nasceu a paixão pelo Botafogo.
– É coração de mãe. Comecei com Garrincha, era muito criança, fui ao Maracanã ver Flamengo e Botafogo. Fiquei na torcida do Flamengo, meu pai era Flamengo, em frente à torcida do Botafogo. A cada drible do Garrincha, que desconcertava todo mundo, até contra o Gerson, hoje meu amigo, era um monumento. Garrincha estraçalhou, 3 a 0 (final do Campeonato Carioca de 1962), começou uma empatia que foi crescendo. Aos 16 anos, fui cobrir o Botafogo. Alguns daqueles caras que tinham jogado, não o Garrincha mais, estavam lá, como Cao, Valtencir, Leonidas, Zagallo. O Botafogo é talvez o único clube de futebol que pode se dizer campeão de uma Copa do Mundo. É aquela famosa frase, Botafogo no Coração – afirmou Luiz Penido.
– Tenho laços que me ligam aos outros clubes também, mas o Botafogo tem residência fixa aqui, com nome, endereço e CEP – acrescentou.
O radialista é mais um entusiasta do reconhecimento do Botafogo como tricampeão mundial, pelas conquistas do Torneio de Caracas em 1967, 1968 e 1970.
– O Botafogo é conhecido no mundo inteiro, é tricampeão do mundo, claro que é. Se a Fifa não reconhece, dane-se a Fifa. Azar o dela. Que foi campeão foi, do mesmo jeito, com ela reconhecendo ou não – declarou.
Elogios à torcida
Com grandes narrações na carreira, Luiz Penido se arrepiou ao relembrar como contou a subida do Botafogo para a Série A de 2004.
– Que dureza, Botafogo na Segunda Divisão é sacanagem, crueldade do destino. Fiz todos os jogos do Botafogo naquele ano, tinha que carregar no colo, dar carinho para a galera. E eram horários inconvenientes, de muito trânsito, o estacionamento ficava cheio. Esse dia foi o ápice, voltar à Primeira Divisão. Não existe Botafogo na Segunda Divisão. Aliás, acho que os 12 clubes grandes (quatro do Rio, quatro de São Paulo, dois de Minas Gerais e dois do Sul) chega a ser um absurdo caírem. Fazem lambança e caem, mas a volta é tudo de bom – disse Penido, que elogiou a torcida alvinegra.
– É diferente, esse sentimento ninguém entende. Quando a torcida colocou isso expressou um sentimento. A do Botafogo é diferente, é mais participativa quando o time está bem, não é a maior em número, mas é extremamente qualificada. O respeito que tenho pela torcida do Botafogo não é pequeno e não é à toa. Já deu diversas provas que pode fazer muito mais que esperam dela – completou.