Em longa entrevista ao site Globoesporte.com, o ex-presidente do Botafogo Carlos Augusto Montenegro explicou seu apoio à candidatura de Nelson Mufarrej à presidência, no pleito que será disputado contra a chapa de Marcelo Guimarães.
Na explicação, Montenegro disse que o produtor de cinema João Moreira Salles pode se candidatar no futuro. Ele e o irmão Walter Moreira Salles são os financiadores da compra e das obras do Espaço Lonier para ser o novo Centro de Treinamento do clube.
– O Carlos Eduardo (Pereira, atual presidente) foi muito importante, é uma pessoa mais rígida, em relação a princípios e caixa. O Nelson vai pelo mesmo caminho, mas talvez seja mais diplomata. O Botafogo ainda terá mais três anos muito duros. Depois, se continuar nesse mesma pegada, vou ajudar o Durcésio Mello, que é uma pessoa que pode contribuir. Falam que o João Moreira Salles pode concorrer. Nesse caso seria uma unanimidade – disse Montenegro, que fez críticas a Marcelo Guimarães:
– As pessoas ficaram com vergonha de se mostrar contra e lançaram a campanha não se dizendo oposição. Se mostram como uma alternativa. O Marcelo Guimarães é um bom menino, botafoguense, mas não tem história, nunca foi conselheiro e não conhece o Botafogo. Quando esteve no clube, foi remunerado como diretor de marketing. Eu jamais aceitaria receber um centavo do Botafogo, mas isso vai de cada um. Ele foi remunerado na gestão do Maurício (Assumpção). E aconteceu o que todos sabem com o contrato da Guaraviton, em que a família do presidente recebeu comissão. Tenho certeza que o Marcelo não levou nada, mas soube, ajudou e não levou ao Conselho porque seria mandado embora. Não é ilegal, mas é imoral. Tenho medo disso. O Botafogo não pode participar de uma nova aventura. É perigosíssimo.
O mesmo Globoesporte.com publicou direito de resposta de Marcelo Guimarães às críticas de Montenegro:
“O ex-presidente é um grande botafoguense, mas um ser político por excelência. Apoiou o Maurício (Assumpção) na primeira e segunda eleição. No meio de 2016 chamou os atuais dirigentes de amadores e agora declarou um apoio tímido, ao que parece hesitante. Eu fui executivo do primeiro mandato do ex-presidente Maurício e me orgulho muito do trabalho que realizei. 2011 foi o ano em que o Botafogo mais gerou receita em sua história.
Eu não era responsável pela confecção de contratos, que era constituído pelas áreas executivas, financeiras e jurídica. Fiquei sabendo dos termos do contrato (com a Guaraviton) quando o clube todo soube. Me surpreende o ex-presidente requentar essa história, mais ainda quando sabemos que o candidato que ele apoia, Nelson Mufarrej, era presidente do Conselho fiscal do primeiro mandato do Maurício. O responsável direto por esse e todos os assuntos no âmbito fiscal e financeiro.
Aliás, o Mufarrej, que também foi conselheiro do segundo mandato do Maurício, poderia aproveitar para ajudar a esclarecer todos os assuntos judicializados envolvendo o ex-presidente. Eu gosto do Montenegro, ele sabe disso, mas ele teme desembarcar desse modelo ultrapassado que vigora em nosso clube. Queria dizer ao meu amigo que o novo sempre vem. Estamos chegando!”