O dia foi de apresentação oficial do novo treinador no Estádio Nilton Santos. Alberto Valentim, campeão carioca em 2018 no Botafogo, retorna ao comanda da equipe com a mesma fome de trabalho que o fez conquistar seu primeiro título como treinador na carreira. Alberto foi apresentado pelo VP de Futebol Gustavo Noronha, que valorizou o retorno do profissional, a primeira opção da diretoria desde o início. Valentim, que acompanhou a delegação na partida diante do Palmeiras, em São Paulo, falou sobre a satisfação de novamente representar o Botafogo e espera corresponder juntamente com os atletas. Trabalho não faltará. O primeiro desafio será já na quarta-feira, diante do Vasco, às 21h30, em São Januário.
– Primeiro por ter sido feliz aqui, por ter sido campeão aqui, por grande parte do elenco continuar aqui, grande parte das pessoas que estavam aqui ano passado continuam, e saber que a gente pode fazer um campeonato muito melhor do que o Botafogo está fazendo até agora. Faço agora parte diretamente desse elenco e dessa responsabilidade de colocar o Botafogo em uma posição melhor. A diretoria está fazendo todo o possível para regularizar salários. E foram esses os motivos que me fizeram voltar. Estou doido para começar a trabalhar – disse Valentim.
O treinador também destacou a relação especial que criou com o Botafogo, equipe por onde conquistou seu primeiro título como técnico. Fica a boa lembrança e a motivação ainda maior por um novo trabalho satisfatório. O treinador também recordou bons trabalhos feitos em Palmeiras e Vasco.
– Foi o meu primeiro título, marcante, sem dúvida foi um dos meus melhores (trabalhos). No Palmeiras fiz um trabalho muito bom também, peguei a equipe em quinto lugar se não me engano e cheguei a segundo colocado no Brasileirão de 2017, quando o campeonato ainda estava praticamente definido para o Corinthians, e a gente reacendeu. No Vasco também fiz um bom trabalho, acredito eu. Consegui ser campeão invicto da Taça Guanabara e fui perder um clássico somente na final do Carioca. Mas, sem dúvida, a mais marcante, a que me deixou mais feliz, a que me trouxe uma medalha no peito foi o título no ano passado aqui no Botafogo – relembrou.
Confira os demais trechos da entrevista coletiva do treinador Alberto Valentim em seu retorno ao Botafogo:
PRIORIDADE
– É muito importante lembrar isso, porque desde que acertei minha volta, isso será um papo com os jogadores de que precisamos repetir coisas muito boas que foram feitas nesse campeonato com o Barroca. Aquela sequência positiva, um aproveitamento muito melhor do que estamos agora. E o primeiro passo sem dúvida para tirar qualquer tipo de risco é chegar a uns 44, 45 pontos, o que fará com que o Botafogo permaneça na Série A. Eu vivo muito o presente. Se tratando de primeiro objetivo, apesar de termos condição de sonhar e disputar outros, é fazer com que o Botafogo permaneça sem risco algum na Série A.
DE OLHO NO VASCO, O PRIMEIRO ADVERSÁRIO
– Coincidentemente talvez tenha sido o clube que mais enfrentei como técnico. Clássico a gente sabe como é. Enfrentei recentemente o Vasco pelo Avaí, ajuda porque está muito fresco o que vi do time do Vanderlei. Conheço muito bem os jogadores, grande parte do elenco trabalhou comigo. Preciso usar isso tudo para o confronto de quarta-feira.
RESPEITO AO TRABALHO DE BARROCA
– Conceitualmente tem muitas coisas que eu gosto. Foi muito legal que no ano passado eu tive muito próximo do Barroca na minha primeira passagem quando ele era técnico da base do Botafogo. Conversamos quando nos enfrentamos em Florianópolis. Temos muitas coisas parecidas, algumas diferenças. Algumas coisas vou mudar porque faz parte do meu estilo. Eles (o elenco) me conhecerem, vai facilitar.
PROCESSO ACELERADO
– Vai acelerar o processo, porque eu já os conheço, conheço boa parte do elenco, muitos já me conhecem, conhecem o trabalho, então isso vai acelerar. Eu me lembro quando vim a primeira vez, tivemos oito ou nove sessões de treinos, e foi importante para termos uma base boa, construir uma identidade, temos de repetir isso. Eu exijo muito isso, que tenha uma identidade, que tenha uma cara nossa. Então o fato de já ter trabalhado com uma grande parte do grupo vai favorecer muito, especialmente para essa primeira partida, segunda partida, porque teremos pouco tempo para treinar.
MAIS MADURO
– Estou mais experiente, o que é impossível acontecer sem viver intensamente essa profissão. Hoje eu consigo enxergar coisas mais facilmente do que o ano passado. Conceitualmente estou mais detalhista do que antes. Essa vivência vai te dando isso. Fortaleci coisas que eu queria, deixei outras de lado. É importante saber reconhecer alguns erros, bater mais na tecla do que será positivo. Estou muito atento a tudo. Já era uma qualidade minha, gosto de aprender com todos, prestando muita atenção ao meu redor. Acredito que hoje eu consiga fazer com mais facilidade.
VARIAÇÕES TÁTICAS
– Penso em três possibilidades: 4-3-3, 4-2-3-1 (que vira 4-1-4-1 pelas características dos volantes) e um 4-4-2 losango. Podemos jogar o Diego como falso 9 ou camisa 10. Muito provavelmente vamos ver alguns desenhos diferentes nas minhas partidas no comando do Botafogo.
A SAÍDA DO AVAÍ
– Foi uma questão minha com o Avaí. Os valores saíram errados, mas conversei com o presidente Battistotti e aproveito para agradecer mais uma vez o período que passei lá. Anderson foi muito ético, correto, entrou em contato com o presidente do Avaí para me contratar. Eu depois soube pelo Anderson também e quis deixar um pouco essa possibilidade para depois do jogo contra o Vasco. Estava muito focado na partida.