Quando as torcidas de Fluminense e Botafogo pensam em quem decidirá o clássico das 16h, no Maracanã, dificilmente apostam neles. Richard e Rodrigo Lindoso estão longe do centro das atenções. Mas a distância do holofote não significa falta de protagonismo. Regulares, os volantes mostram na temporada ser mais do que simples peões nos tabuleiros dos técnicos. E que a definição do jogo de hoje pode, sim, passar por seus pés.
Ambos cumprem funções semelhantes. Embora tenham como prioridade marcar, mostram-se eficientes na saída de bola. Um reflexo disso é o fato de que, após 23 rodadas do Brasileiro, são os que mais acertam passes e viram o jogo por suas equipes.
A segurança com a bola faz com que a dupla tenha bons números ofensivos. Richard é um dos garçons do Fluminense na temporada, com as mesmas 11 assistências que Sornoza.
Lindoso vai além. É um dos que mais deram passes para gol no Botafogo em 2018 (nove, como Joel Carli e Pimpão). E, num ano em que a pontaria anda em falta no time, figura como um dos artilheiros do ano. Balançou as redes seis vezes — apenas Brenner e Kieza, com dois a mais, estão acima.
A relevância dos dois extrapola o campo. Segundo do elenco que mais vestiu a camisa do Botafogo (150 vezes, menos apenas que Jefferson), Lindoso divide a braçadeira com Carli e João Paulo na ausência do goleiro. Richard ainda está a dois jogos do 50º pelo Tricolor, mas também dá sinais de liderança. Esta semana, foi ele quem cobrou publicamente, pelos jogadores, que a diretoria dê um prazo para quitar os atrasos salariais.