Site: A partir de 2016, Botafogo deve receber R$ 60 milhões da TV; Flamengo, 170

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Por FogãoNET

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Em muitos aspectos, como média de público e, principalmente, poder aquisitivo para contratar grandes jogadores, o futebol brasileiro ainda está longe de poder se comparar ao europeu. Mas, com a força financeira da Rede Globo, ao menos no que diz respeito à arrecadação com direitos de TV os maiores clubes do Brasil podem comemorar o fato de estarem, pouco a pouco, se aproximando de alguns gigantes do Velho Continente.

Um levantamento recente divulgado pelo jornal britânico Daily Mail mostrou os ganhos nessa área de cada time nas cinco principais ligas europeias – Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França – e a comparação mostra que, se continuam longe de Barcelona, Real Madrid e de todos os times ingleses, os maiores clubes brasileiros já conseguem competir nesse aspecto com outras grandes equipes, como Atlético de Madri, Bayern de Munique, Borussia Dortmund e PSG.

A maior surpresa para o torcedor brasileiro talvez esteja justamente na comparação com o atual campeão alemão, comandado pelo técnico Pep Guardiola. Na temporada 2013/2014 da Bundesliga, o Bayern de Munique recebeu 36,93 milhões de euros de direitos de TV. Já Corinthians e Flamengo, que recebem os valores mais altos entre os times nacionais, ganharam pouco menos, 36,38 milhões de euros.

Com esses valores, os dois times mais populares do Brasil já apareceriam em um ranking dos 40 times melhor remunerados entre todos do Brasileirão e dos cinco campeonatos citados, à frente de equipes como Borussia Dortmund e Torino. O São Paulo apareceria em 65º, como 26,46 milhões de euros, e Palmeiras e Vasco estariam empatados em 75º, com 23,15 milhões de euros cada.

A tendência, porém, é de que os clubes brasileiros subam mais no ranking nos próximos anos. A partir de 2016, a previsão é de que Corinthians e Flamengo recebam R$ 170 milhões por ano, o equivalente a 56,18 milhões de euros. Nos valores atuais, seria o suficiente para os dois times ficarem entre os 30 primeiros do ranking, ultrapassando equipes como Lazio, Valencia, PSG, Atlético de Madri, Lyon e o próprio Bayern.

Mais ricos do mundo ainda estão longe

Os próximos passos nesse ranking, porém, não devem acontecer tão cedo. Embora já tenham praticamente igualado o Bayern e outros grandes europeus, mesmo os três maiores times brasileiros ainda estão muito distantes da realidade de Barcelona, Real Madrid e, principalmente, dos times ingleses.

Acontece que a Premier League é uma exceção mesmo dentro do mercado europeu, arrecadando sozinha mais que os campeonatos Italiano, Alemão e Francês juntos. Na temporada 2013/204 foram 1,87 bilhões de euros divididos entre os 20 clubes da primeira divisão do país, contra 846 milhões na Itália, 755 milhões na Espanha, 495 milhões na Alemanha e 488 milhões na França.

Além disso, o sistema de divisão das cotas na Inglaterra foi pensado para permitir que mesmo os times mais fracos tenham poder financeiro, podendo manter grandes jogadores em seus elencos e, assim, valorizar a liga como um todo. Por conta disso, a diferença do primeiro ao último colocado não é tão grande. Na última temporada, o Liverpool foi o time que mais arrecadou, com 117 milhões de euros, contra 74,5 milhões do Cardiff, que ficou em último e mesmo assim ganhou muito mais que times como Bayern, Borussia e PSG.

Espanholização do futebol brasileiro à vista

Na comparação com o Campeonato Espanhol, o que muda é a fórmula de negociação dos clubes com a TV. Mudanças estão sendo discutidas, mas, por enquanto, cada clube negocia suas cotas individualmente. Isso faz com que Barcelona e Real, recebendo 140 milhões de euros cada um, estejam muito à frente de todos os rivais. O terceiro colocado, Valencia, por exemplo, recebe 48 milhões, e cinco times recebem apenas 18 milhões de euros por ano.

Esse desequilíbrio acentuado dos gigantes espanhóis em relação aos seus rivais, aliás, é motivo de preocupação no Brasil. Não faltam alertas para o risco de Corinthians e Flamengo conseguirem repetir por aqui o domínio que se vê no país ibérico – antes do título do Atlético de Madri na última temporada, somente Barça e Real foram campeões no país por dez anos. Tudo, claro, graças à maior receita que conseguirão nos próximos anos por conta do tamanho de suas torcidas.

A partir de 2016, o previsto é que Corinthians e Flamengo recebam R$ 170 milhões de reais cada, o São Paulo receba R$ 110 milhões, Vasco e Palmeiras R$ 100 milhões, cada Santos R$ 80 milhões, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo R$ 60 milhões cada, e os outros integrantes do Clube dos 13, R$ 35 milhões.

Valores aumentam, dependência se intensifica

Outro alerta aos clubes brasileiros é quanto à dependência que a maioria deles têm em relação ao dinheiro da televisão, situação que não se repete em países como França e Alemanha, aqueles dos quais o Brasil está cada vez mais próximo nesse quesito.

O Bayern de Munique pode receber das televisões de seu país praticamente o mesmo que Corinthians e Flamengo recebem da Globo. Porém, o clube bávaro é um dos que mais arrecada com patrocínios em todo o mundo. Além disso, a Bundesliga tem a maior média de público do mundo, gerando outra fonte de receita segura para todos os clubes.

Já no Brasil, além de os clubes estarem encontrando dificuldades para fecharem bons acordos comerciais nos últimos anos, muitas vezes eles apelam para adiantamentos de contratos futuros da TV para sanar dívidas, o que, não raro, apenas adias problemas financeiros inevitáveis, como atrasos de salários dos jogadores.

Ligas de esportes americanos ainda são imbatíveis

Enquanto a comparação com alguns grandes times europeus já parece realidade para pelo menos alguns dos clubes brasileiros, a distância é muito maior quando se pensa nas ligas de esportes americanos como NBA (basquete), MLB (beisebol), NFL (futebol americano) e até NCAA (basquete universitário).

Para se ter uma ideia, a Premier League, que lidera de longe entre os campeonatos nacionais de futebol, é a única que consegue competir com o que pagam as TVs americanas. Com uma arrecadação de 2,3 bilhões de dólares, o Campeonato Inglês fica à frente da NBA (US$ 960 milhões) e da MLB (US$ 1,5 bilhão), mas não chega à metade do que recebe a NFL (US$ 5 bilhões).

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