Abrafut reaparece após enxurrada de críticas à arbitragem: ‘Cada um que levantou voz para suspeitar da índole de nossa categoria será responsabilizado’

Árbitro Anderson Daronco em Botafogo x São Paulo | Campeonato Brasileiro 2024
Reprodução/Premiere

Lembra da Abrafut? Depois de longo e tenebroso inverno e de diversos posicionamentos e ações no STJD contra reclamações de John Textor e do Botafogo em 2023 e 2024, a Associação Brasileira dos Árbitros do Futebol emitiu nota oficial nesta terça-feira (7/10) após a enxurrada de críticas às atuações da arbitragem no Campeonato Brasileiro no fim de semana.

A entidade, que tem Anderson Daronco como presidente, reforçou a necessidade de profissionalizar os árbitros e disse que todos os envolvidos no futebol estão sujeitos a erros, como dirigentes, técnicos e jogadores, assim como os profissionais de arbitragem. No entanto, pontuou que o árbitro “não pode ser desculpa para o fracasso” desse ou daquele clube: “O árbitro não é inimigo do jogo, mas parte dele — um aliado na busca por um esporte mais justo, equilibrado e respeitoso.”

No texto, a Abrafut pediu respeito, dise que não tolera “qualquer suspeita sobre a índole dos profissionais de arbitragem” e prometeu que “quem levantar a voz para suspeitar da índole da categoria será devidamente responsabilizado e intimado a comprovar suas denúncias no devido órgão competente”.

Confira a nota da Abrafut:

“Nota Oficial – O Futebol e a Condição Humana

O futebol, mais do que um jogo, é um reflexo da própria vida: feito de acertos, falhas, e aprendizados. Em qualquer meio profissional, é natural que o erro aconteça — porque errar é parte da condição humana.

O árbitro, o jogador, o treinador e o dirigente compartilham o mesmo campo de imperfeição. Todos buscam acertar, mas nem sempre conseguem. Vale lembrar que, nesse ambiente cada vez mais profissionalizado, o árbitro ainda é o único que não exerce sua função de forma integralmente profissional — e mesmo assim carrega a responsabilidade de decidir, em segundos, o que muitos analisam por horas. Um dirigente de equipe tem “profundo” conhecimento de futebol e mesmo assim, em alguns momentos contratam jogadores ou treinadores que não são alinhados com o planejamento (ou falta dele) de seu clube, com planos táticos de seu treinador (ou treinadores, já que a troca é constante), com características históricas de sua equipe. Treinadores, por exemplo, tem semanas para trabalharem suas equipes, alguns até meses, e mesmo assim, diante de escolhas equivocadas ou trocas incondizentes com o jogo que todos estão assistindo, ninguém ergue a voz pra levantar dúvidas sobre algo suspeito em seu trabalho. E os jogadores, criados num ambiente em que vencer a qualquer custo parece estar acima das regras, que treinam diariamente e as vezes erram pênaltis decisivos, gols inacreditáveis (mesmo com incontáveis treinos de conclusão a gol), passes inacreditáveis de 10 metros que treinam há anos, erros de marcação que treinaram toda a semana para aquele jogo específico. Existe suspeição para isso? A resposta serve para todos os envolvidos no futebol? Ou a normalidade é exclusiva para alguns?

Trabalhamos pelo bem do futebol. Somos uma peça essencial nessa engrenagem que move paixões e sustenta o espetáculo. O árbitro não é inimigo do jogo, mas parte dele — um aliado na busca por um esporte mais justo, equilibrado e respeitoso. Enquanto o árbitro for a desculpa perfeita para o seu fracasso, numa cultura que só premia os campeões, este círculo vicioso não terá fim. Enquanto cada um olhar apenas para si (no caso de apontar o árbitro como culpado – deixar de olhar), nosso futebol não avançará. Sem o entendimento onde cada um pode melhorar nas diversas engrenagens que movem nossa paixão, continuaremos estagnados e apontando o dedo para o próximo sem olhar pra nós mesmos.

Mais do que apontar culpados, este é um convite à reflexão sobre o que realmente sustenta o espírito do futebol: o respeito, a empatia e a consciência de que a grandeza está em reconhecer o outro e seguir aprendendo, e evoluindo sempre. Sabemos que muito pode ser feito para evoluirmos. O que vamos sempre exigir é Respeito, assim como nunca toleraremos qualquer suspeita sobre a índole dos profissionais de Arbitragem.

Cada um que levantou voz para suspeitar da índole de nossa categoria será devidamente responsabilizado e intimado a comprovar suas denúncias no devido órgão competente.

Que a Paixão pelo futebol que todos temos possa ser o que nos una para avançarmos.”

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Fonte: Redação FogãoNET e Instagram da Abrafut

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