Advogado do Botafogo torce por aprovação de marco regulatório do clube-empresa: ‘Se existisse, já teríamos virado S/A’

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Por FogãoNET

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André Chame, advogado que colidera projeto do Botafogo de se transformar em S.A.
Vitor Silva/Botafogo

André Chame, advogado do Botafogo e um dos responsáveis pela formatação do primeiro projeto da Botafogo S/A, afirmou estar na torcida pelo marco regulatório do clube-empresa, já aprovado no Senado Federal e aguardando votação da Câmara. Para ele, a falta de uma lei sobre o assunto impediu com que o clube se tornasse empresa já em 2019.

Chame participou de um debate sobre o tema nesta sexta-feira promovido pela Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF), que tem Gustavo Noronha – ex-dirigente do Botafogo – como um dos diretores. O senador Carlos Portinho (PL-RJ), relator do projeto de lei do clube-empresa, também participou da mesa.

– Apresentávamos o projeto, mostrávamos o quanto seria interessante se tudo que estava planejado dava certo, mas esbarrava sempre na seguinte resposta: “Arruma essa casa aí para mim, mas não vou ajudar nessa confusão”. Ouvimos isso de dezenas de fundos porque não existia um marco regulatório. Se já existisse um marco regulatório, o Botafogo já teria virado uma S/A e estaria hoje numa situação mais confortável – afirmou Chame.

Fica muito difícil discutir um projeto de S/A hoje sem saber se existirá ou não um marco regulatório. É importante que a sociedade se mobilize para que haja uma prioridade nesse assunto na pauta da Câmara, para termos rapidamente uma aprovação e caminhar para esse marco regulatório que será tão importante para o futebol brasileiro – completou o advogado.

André Chame fez um breve resumo de como foi o processo de elaboração da Botafogo S/A, que começou com um estudo encomendado pelos irmãos João e Walter Moreira Salles junto à auditoria Ernst & Young em agosto de 2019.

– Fizemos um grupo de torcedores que literalmente financiou o projeto da S/A. Foi um investimento razoável, contratamos as melhores consultorias. Conseguimos montar um projeto bastante robusto, que previa uma rentabilidade bastante interessante para o investidor. O que hoje nos angustia é uma certa insegurança econômica, de poder formatar um projeto sem saber qual é a base legal e financeira para isso. As projeções mudam assustadoramente com a aprovação da S/A do futebol – frisou.

Alerta para o futebol brasileiro

No início de sua fala no debate organizado pela ABDF, André Chame fez um alerta pela rápida aprovação do projeto de lei para que os clubes brasileiros não sofram ainda mais com gestões amadoras.

– Ouvi uma fala há uns 30 dias muito dura do nosso CEO, de que se o Botafogo fosse um empresa hoje estaria falido. Isso é duro, mas é correto. Só faço uma correção: não é só o Botafogo, mas diversos clubes do país, até mesmo o Flamengo de uns anos atrás. É extremamente necessária uma mudança legislativa, para que tenhamos regras de governança e compliance para que as coisas não se repitam, não tenhamos gestões no mínimo amadores, às vezes até mal intencionadas mesmo, que causem danos a um patrimônio cultural do país – disse.

Fonte: Redação FogãoNET

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