Técnico no Botafogo em duas oportunidades, Alberto Valentim foi campeão carioca pelo clube em 2018. Na época, o time estava desacreditado após um início de temporada ruim, mas deu a volta por cima e conquistou um título marcante.
– Eu chego no Botafogo, o torcedor acredito que vá lembrar, o clube tinha sido derrotado pelo Flamengo – Vinicius Júnior fez o chorinho de 3 a 1 na Taça Guanabara – e tinha sido eliminado precocemente da Copa do Brasil contra a Aparecidense. Chego com vestiário totalmente destruído, situação muito difícil, todo mundo triste. Fizemos, de verdade, um pacto de fazermos um grande Carioca, com todas as dificuldades. E fomos campeões cariocas – recordou Valentim, em entrevista ao “Fora do Jogo – Podcast”.
🎙️ O ex-treinador alvinegro contou outros detalhes da conquista. Leia abaixo:
Reação
– O que acredito muito é em se entregar 200% nos treinamentos. Os jogadores compraram a ideia, a forma que eu queria jogar e treinar. Falei que “se treinarmos fortes e estivermos unidos, vamos aprontar nesse campeonato”. Consegui recuperar alguns jogadores, o Rodrigo Lindoso nem para o banco ia, virou peça-chave, o Gatito Fernández tinha aquela disputa com o Jefferson, Gatito jogou mais, mas Jefferson com profissionalismo aceitou muito bem, Carli com sua liderança muito positiva, o Marcinho que era terceiro lateral fez campeonato muito bom. Fomos só crescendo, ganhando corpo, criando identidade, com um cara por trás, Anderson Barros, dando ajuda muito grande de diretoria, e trabalhando muito forte.
Decisão
– Foi muito legal que eliminamos o Flamengo na semifinal, perdemos o primeiro jogo da final, um jogaço, 3 a 2 no Nilton Santos e fomos para o Maracanã precisando ganhar. O Rodrigo Pimpão vai tomar uma água aos 38 do segundo, eu dou um recado de mandar o Joel Carli ir para o ataque. Fizemos o gol nos acréscimos. A torcida foi em quase 5 mil torcedores ao treino um dia antes do jogo, o que nos uniu e nos fortaleceu. Ganhamos de 1 a 0, nos pênaltis brilhou a estrela do Gatito e dos batedores. Fomos campeões onde ninguém acreditava.
Volta por cima
– Esse é o lado do treinador que é mais gostoso que o de jogador. Chego em um Botafogo destruído, o Flamengo muito mais forte, o Vasco e o Fluminense estavam melhor. Tivemos nove sessões de treinos antes do primeiro jogo, tive tempo para treinar, os caras me conheceram e compraram a ideia.
Joel Carli
– Quando chego no Botafogo, minha dupla de zaga vira Marcelo Benevenuto e Igor Rabello, o Joel Carli vai para o banco. “Vamos ver como é o líder, se é positivo ou não”. Aceitou na boa. Marcelo oscilou, Carli voltou depois e foi o nosso salvador.