Eduardo Freeland é um dos poucos profissionais que participaram de duas SAFs no Brasil. Em 2022, ele passou por Botafogo e Bahia, dois clubes que venderam a maior parte de suas ações. O dirigente analisou os dois modelos em entrevista ao canal “Resenha com TF”.
– É uma experiência muito interessante. De alguma forma dá o panorama do que será o futebol brasileiro em um curtíssimo espaço de tempo, talvez com número maior de clubes se transformando em SAF. São projetos diferentes, a forma que se construiu o Botafogo foi de forma ágil e o Grupo City chegou de forma muito mais cuidadosa e analítica. São projetos muito diferentes. Inclusive em um tem a personificação do John Textor, outro tem um grupo com 12 clubes. Eram cenários diferentes. Poder participar de reuniões, conversas, entender um pouco a cabeça desses investidores, é muito interessante, poder ver os objetivos dos projetos, quais os caminhos pelos quais são conduzidos. Isso foi muito enriquecedor para mim, interesante vivenciar – explicou Freeland.
Ex-diretor de futebol nos dois clubes, ele apontou também diferenças.
– No Botafogo tive oportunidade de ficar na base, mas não fez sentido para mim naquele momento. E o projeto do Bahia foi desenhado de forma que acredito, da forma que enxergo o futebol em processos, tende a ter longevidade, uma cara a médio e longo prazo bem interessante. O Botafogo vai depender muito do que John Textor vai desenhar com Luís Castro, da continuidade do Luís Castro após o contrato atual, para ver o quanto vai sedimentar o que está se desenhando. O Grupo City já vem com uma consolidação muito forte em 12 clubes, em países diferentes, em continentes diferentes. Essa capacidade que já tem consolidado pode ser interessante para o início do projeto no Bahia, que acredito que terá resultados a médio prazo. A construção dos processos internos é bem interessante. Foi bom viver e acompanhar processos que seguiram caminhos distintos, de que forma foram colocadas as primeiras pegadas – concluiu.