A disputa de Botafogo e Corinthians pela contratação de Luís Castro se arrastou por alguns dias, mas agora tudo indica que o destino do treinador português será o Rio de Janeiro. Para o comentarista Antero Greco, da ESPN, o currículo do atual técnico do Al-Duhail não empolga e não justifica essa batalha nos bastidores.
– Eu já disse na sexta, quando aparentemente ele estava mais próximo do Corinthians, então fico à vontade de repetir agora que ele está mais perto do Botafogo. A carreira dele em termos de conquistas é paupérrima. Tem um título de Terceira Divisão, um de Segunda e um na Ucrânia. O Jorge Jesus, por exemplo, tem uma série de títulos em Portugal. O Abel (Ferreira, técnico do Palmeiras), é jovem ainda, veio aqui e já tem três títulos. Vamos ver agora o que o Paulo Sousa vai fazer aqui – opinou Antero, no “Linha de Passe”.
– Torço para que venham esses técnicos estrangeiros e sejam vencedores, acrescentem ao nosso futebol. Portas abertas aos imigrantes, porque nós também vamos muito para lá. Criou-se uma coisa em torno do Luís Castro de que se trata de um cara espetacular. Mal comparando, quando veio para cá o Domènec (Torrent), era auxiliar do Guardiola, etc, chegou aqui e aí? Qual foi o currículo dele como carreira solo? Durou pouco no Flamengo – completou.
Durante o debate, os comentaristas da ESPN lembraram do trabalho bem sucedido de longo prazo que Luís Castro realizou nas categorias de base do Porto, argumentando que o português escolheu o Botafogo justamente por se tratar de um plano mais longo, com metas bem estabelecidas, sob o comando do investidor John Textor. Antero Greco não acredita que a torcida alvinegra terá tanta paciência.
– O torcedor do Botafogo não quer saber se vai ser time vendedor de talentos, se tem intercâmbio… Quer saber se vai repetir o sucesso do Jorge Jesus e do Abel Ferreira. Será que é isso que vai acontecer com o Luís Castro? Portugueses que não são top de linha na Europa, vieram aqui e se deram bem, pode acontecer o mesmo com o Luís Castro… Fico com receio de ele já vir com essa fama de ser demais. Se ele fosse demais mesmo, com 60 anos já teria tido experiência na Inglaterra, na Alemanha, na França, por aí – afirmou.
