Comentarista pede distribuição mais justa de receita em fair play financeiro: ‘Não pode um clube ter verba de TV 20 vezes maior que o outro’

Breiller Pires, da ESPN
Reprodução/ESPN

Mais um aspecto adicionado na discussão sobre fair play financeiro no Brasil. Para o comentarista Breiller Pires, da ESPN, o tema não pode ficar apenas em limitar investimentos, mas ser ampliado para distribuição mais justa de receita nas competições nacionais.

– Não pode ser fair play financeiro só até a página 2, como na Europa. Há limitação de gastos proporcional com a receita, mas não se mira igualdade esportiva e isonomia. Lá sempre faltou atacar a igualdade de competições, nunca foi posto. A desigualdade financeira é gigante. Sempre vai existir desigualdade, mas a receita do campeonato não pode ser tão desigual. Precisamos falar em redistribuição mais igualitária dos direitos de TV. É o justo. O campeonato gera dinheiro porque tem todas as equipes. Receita que o clube consegue sua própria força, como com patrocínio, os mais populares vão ter mais, mas receita do campeonato não poderia ser tão desigual – ponderou Breiller Pires, que deu razão em parte a John Textor, acionista da SAF do Botafogo.

– Textor fala algumas verdades. Uma delas é questionar o fair play do futebol europeu. Quando você associa um investimento à receita que o clube gera sem ser de forma artificial, isso limita o dinheiro novo no futebol, como clubes árabes ou o próprio John Textos. Esse dinheiro passa a ser limitado e faz clubes médios e pequenos serem sempre médios e pequenos, sem possibilidade de mudar de patamar. Não vejo no futebol brasileiro donos e dirigentes interessados em fair play financeiro justo para todos, estão interessados em vantagem financeira para seus próprios clubes. Aí ficamos girando em círculos. Igualdade 100% nunca vai existir, mas o que não pode é um clube ter uma receita de televisão 20 vezes maior que o outro, sem nenhuma limitação em discussão – adicionou.

O comentarista Eugênio Leal foi outro a considerar que a discussão tem sido levada pelo clubismo.

– É fundamental que se discuta fair play financeiro, mas não podemos discutir só porque um time está com ciúme do outro. Quando eu tenho muito dinheiro e estou investindo, está tudo bem. Chega outro com mais dinheiro, eu reclamo. Não pode ser assim. Tem que ser projeto, quais são as bases, onde quero chegar, buscar mais equilíbrio, sustentabilidade para todos, um mercado mais saudável ou eu quero só ganhar do outro? – indagou Eugênio Leal.

Fonte: Redação FogãoNET e ESPN

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