Publicitário com MBA em Gestão de Projetos e desde 2006 no mercado de futebol, Lênin Franco foi anunciado como novo diretor de negócios do Botafogo há cerca de um mês. Atualmente responsável pelos departamentos Comercial, Marketing, Sócio-Torcedor (Camisa 7) e Comunicação, ele chegou após anos no Bahia. Em entrevista ao “Papo com Tille”, de Antonio Tillenton, o profissional explicou a escolha e os desafios.
– Minha saída do Bahia, até escrevi isso no dia, foi por motivo pessoal. Não tenho nenhum problema com o Bahia ou com ninguém da diretoria, sou apoiador e sigo daqui torcendo para tudo caminhar bem. Mas eu já vinha há alguns anos recebendo convites de outros clubes, entendia que não era a hora de sair, tinha contribuição maior a dar ao Bahia. Entre abril e maio, tive a Covid, fiquei em situação mais grave, fui internado, logo após minha esposa também teve e ficou internada. Foi um momento bem difícil da minha vida pessoal. Esses momentos difíceis despertam gatilhos que não controlamos. Um deles foi a vontade de fazer algo diferente na minha vida. Tive a sensação de ver a morte de perto e senti que precisava fazer algo diferente. Por uma coincidência, em junho recebi três convites: além do Botafogo, um clube de São Paulo e uma empresa de consultoria. Entendi que era um sinal do destino que eu precisava tomar outro rumo. Precisava mexer com a minha vida – afirmou Lênin Franco, que acrescentou.
– Das propostas que recebi, entendi que o Botafogo era o melhor caminho por alguns motivos. Um deles por ser um clube que vive um momento pior, o que me dá oportunidade de executar o que acho importante para o crescimento. Tive essa experiência no Bahia, de crise extrema em 2013, posso trazer para o Botafogo e contribuir na reconstrução de outro gigante. Entendi que o Botafogo era o clube que me daria essa oportunidade de implementar, arriscar, fazer coisas novas, justamente porque as pessoas do clube entendem que precisa de mudança. Já vem mudando a estrutura, tem gestão empresarial, um CEO e três diretores, e toda estrutura abaixo, que estamos redesenhando. Já há um trabalho executivo pensado, com grandes chances de colher fruto o mais rápido possível. O Botafogo é um clube simpático a todos, todo mundo tem alguma relação bacana com o Botafogo, meu avô era botafoguense, de Juiz de Fora, cidade de muitos botafoguenses. O destino me reservou esse prazer de vir trabalhar no Botafogo, estou muito satisfeito com esse momento da minha vida – completou.
No Botafogo, Lênin já começou a executar projetos e se impressionou com o clube internamente.
– Encontrei um cenário muito melhor do que eu imaginava. Ainda comentei com o pessoal aqui que a impressão de fora era muito pior. Isso só prova como o Botafogo estava se vendendo muito mal. Está muito mais organizado do que as pessoas pensam, mas a impressão de fora é que é um caos. Não é. O clube está bem organizado, com salários em dia, tem equipe de trabalho sensacional, competente e jovem, com gerentes nas faixas de 29, 30 anos. Minhas perspectivas são as melhores. Além da equipe, eu ter construído uma boa reputação no mercado faz com que os parceiros de negócios dos tempos de Bahia comecem a me procurar, entendendo que esse movimento meu de vinda para o Botafogo mostra que o clube está se estruturando. Têm sido positivos os primeiros dias – disse.
– Já entendemos o cenário e estamos executando, aumentamos o engajamento nas redes sociais, lançamos camisa, estamos nos apropriando de coisas que o Botafogo tinha deixado escapar, trazendo o universo popular para o Botafogo. Começamos a imprimir esse tipo de coisa, trazendo famosos e ex-jogadores para estarem perto do clube. O Botafogo tem muito repertório. Basta a gente usar para criar produtos, programas e alternativas para recuperar autoestima, criar credibilidade e ter aumento de receitas – finalizou.
