Artilheiro dos gols bonitos, Dodô teve três passagens marcantes pelo Botafogo e criou forte identificação com a torcida. Até hoje, o ex-atacante fala com carinho sobre o clube alvinegro.
– Sempre falo que o Botafogo é o time que mais gostei de jogar. A história do Botafogo me chama muita atenção, estar no vestiário do velho Maracanã, pegar a camisa do Botafogo e ficar olhando, pensando um pouco antes de subir para o campo, era fantástico. Tinha sinergia com a torcida, dificilmente jogava mal, fazia muito gol. E não era com times máquinas, sempre com dificuldade financeira e para contratar. É por isso que a torcida comprou o barulho, muitas vezes eu tinha propostas para sair e ficava – disse Dodô, ao “Charla Podcast”.
O craque admitiu que nem tudo eram flores no período e que a questão salarial era delicada.
– A primeira passagem foram 12 meses de contrato e recebi dois. Por isso que fiz a escolha de sair. Para o Palmeiras, treinado pelo Vanderlei Luxemburgo. Foram dois salários de 12 e não tinha proposta para acertar. Talvez se eu ficasse no Botafogo, não teria caído. Mas do jeito que estava era impossível ficar. Voltei em 2006 e 2007, sem problemas de salário. Tive uma conversa que tinha que andar, porque senão não teria condição – lembrou.
Campeão carioca em 2006, faltou apenas conquistar grandes títulos nas passagens de Dodô no Botafogo. Muito por conta de arbitragens desastrosas.
– Poderíamos ter. Estive com o Alex zagueiro, comentamos que poderíamos ser campeões cariocas, a Copa do Brasil iríamos jogara final com o Fluminense e Campeonato o Brasileiro depois do doping não teve jeito, estávamos cabeça com cabeça com o São Paulo. O time tinha condição de pelo menos brigar com o Fluminense na Copa do Brasil e ser bicampeão carioca. Era um time encaixado, envolvente, jogava bem. O Cuca no campo é muito bom, consegue no dia a dia de treinamento montar o time, fazer evoluir com a bola, jogar de um jeito que envolve o adversário, estuda muito. A torcida não esquece, fala muito. O título estava muito perto, aquele time tinha que ganhar alguma coisa. O pessoal lembra muito do Campeonato Carioca e da Copa do Brasil – contou Dodô, que recordou as polêmicas.
– (No Carioca) Vem o lance do impedimento, o árbitro me expulsou. Estávamos tão bem no jogo que pensei que não ia ter problema, íamos ganhar nos pênaltis. Estava muito legal. Bem atrás da linha, dei o tapa, fiz o gol. Na hora eu sabia que não estava impedido. E ele me expulsou. Foi para os pênaltis, eu era o batedor, ia cobrar o primeiro. Sempre bati pênalti – disse, antes de falar da atuação de Ana Paula Oliveira na semifinal da Copa do Brasil.
– Ela foi horrível, foi mal demais. Um jogo que tínhamos que reverter, o Maracanã estava lindo, jogamos bem, conseguimos fazer a diferença, ela inventou coisas para anular dois gols. Com tudo isso, estávamos classificando, aí teve a falha do Julio (Cesar) no final. Não sei se ela reconheceu ou não, mas a torcida do Botafogo gosta dela (risos) – completou.