Em podcast do Botafogo, Patrick de Paula conta como superou lesões e qual seu lema em campo: ‘Penso em me divertir. Foi assim que conquistei grandes coisas’

Patrick de Paula, na Botafogo TV
YouTube/Botafogo TV

Patrick de Paula deu interessante entrevista ao podcast da Botafogo TV. O volante contou como superou lesões, repassou sua história no clube e revelou como encara os jogos.

– A primeira coisa que eu penso é me divertir. Porque foi assim que eu conquistei grandes coisas, foi assim que eu conquistei meu nome. Foi assim que eu conquistei títulos. Me divertindo, jogando do jeito que eu sempre jogava, que era na base. Então, eu estar ali quando era pequeno, eu não imaginava. Mas eu sabia que um dia isso podia acontecer. E aconteceu rápido. Foi o que eu falo, tudo que aconteceu na minha vida já foi tudo muito rápido. Então, foi o que me ajudou bastante. Mas eu sempre sonhava alto, sempre fui uma pessoa de sonhar alto, de profetizar grandes coisas na minha vida. E eu profetizei que ia realizar meu sonho de jogador. Ganhar Libertadores, ganhar o Campeonato Brasileiro. E, graças a Deus, eu conquistei isso tudo – celebrou Patrick de Paula

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Sucesso rápido

– Cara, quando eu comecei a minha carreira, eu falo em todas as minhas entrevistas, que foi tudo muito rápido na minha vida. Eu não imaginava que ia ser assim, mas eu imaginava que um dia iria acontecer. Graças a Deus aconteceu, mas aconteceu tudo muito tão rápido. Você ganhar bastantes títulos, você jogar em grandes clubes como Botafogo, Palmeiras. É gratificante para mim, é um sonho que eu realizei. Jogar em grandes times, ganhar grandes títulos também. E depois vir fazer parte da torcida do Botafogo, fazer parte do clube Botafogo, é uma sensação enorme e gratificante para mim. Eu gosto muito, gosto de estar aqui, gosto de estar com meus companheiros. Gosto de estar vestindo essa camisa e estar, ainda mais, honrando essa camisa.

Passagem pelo Botafogo na base

– Essa história foi muito louca também, porque eu jogava no Mário Lombardi, na escola do Sr. Paulo e nesse Mário Lombardi tinha o Gerson também, ex-jogador. Então eles me trouxeram, era até em Marechal Hermes, que foi onde eu fui fazer teste. E muitos não sabem, mas eu, na época que eu fui fazer teste, eu era atacante. Era atacante, então fui fazer teste, passei de atacante, mas minha mãe começou a trabalhar e não conseguia me levar, não me deixava ir sozinho por medo, porque eu era muito pequeno, era novo, então ela não me deixou ir. Então foi quando eu tive que parar de ir, tive que parar de parar um pouco o meu sonho, né, para poder, minha mãe trabalhar, para não poder ir sozinho também. Aquele negócio de mãe ter medo de ir para longe, pegar trem, um monte de coisa. E foi daí que isso foi com 12, 13 anos. E quem me passou no teste de treinador foi o Fabão. Fiquei um ano, um ano e um mês no Botafogo e depois eu parei de ir.

– Foi porque minha mãe parou de trabalhar também, porque minha mãe não trabalhava na época, então ela sempre estava me levando. E quando ela começou a trabalhar, ela não queria me deixar ir sozinho, com medo. E foi quando ela falou, “ó, meu filho, você vai ter que parar um pouquinho, porque a mamãe vai começar a trabalhar”. Quando eu parei de ir, mas eu nunca desisti, porque eu sempre continuei lutando, jogando bola no bairro, jogando bola em todos os cantos. Naquela época, a gente só queria jogar bola, só queria correr atrás de bola. Então, graças a Deus, valeu a pena todo o sacrifício, todo o esforço. E hoje eu estou aqui, podendo estar vestindo a camisa do Botafogo de novo.

Time alternativo do Botafogo

– A base é muito boa do Botafogo, os garotas do sub-23 são muito bons. Eu falo garotada porque eu também sou garoto, então eu tenho que falar garotada também. Porque eles são muitos, né? Jogador nascido em 2006 está maior do que eu, pô. Os caras estão fortes. Mas são muito bons, têm grande qualidade, têm um futuro enorme, o Botafogo tem uma boa base. Eu trato, eu fico pós-jogo, faço bastante recuperação com o Yarlen também, que é um moleque muito gente boa, tem uma qualidade imensa também, bate com as duas pernas, e isso é difícil no futebol. O Kauê também joga muito, o Matheus Nascimento, são grandes jogadores que podem dar muito futuro para o Botafogo, bastante títulos. E tem aquilo também, a questão de tempo. Você tem que dar tempo ao tempo, porque às vezes é necessário você dar tempo, você ter aquela paciência, porque está subindo, tem que dar tempo, consolidar ali, buscar seu espaço, ter uma transição. Então tem que ter aquele momento ali, mas o Botafogo tem grandes jogadores na mão que, se deixar, vão voar em campo.

Chegar como reforço mais caro da história do Botafogo na época

– Foi bom. Cara, eu nunca imaginava. A gente imagina grandes coisas, a gente sonha grandes coisas, como eu sempre sonhei grandes coisas. Mas você chegar sendo a maior contratação do clube que você passou quando tinha 12, 13 anos, a maior contratação, cara, é uma gratificação enorme. Você está sendo a maior contratação do Botafogo, um time gigante, de grandes ídolos, de grandes jogadores, que conquistaram grandes coisas também. Então, quando eu cheguei, foi ali na minha primeira entrevista que eu cheguei para somar, para ajudar, para marcar o nome, para fazer história no Botafogo, para marcar meu nome no livro do Botafogo. E dar continuidade ao trabalho, né? Porque são grandes jogadores que têm no elenco o Botafogo. Vim aqui para ajudar, para marcar e seguir ganhando títulos. Ganhamos ano passado, vamos ganhar esse ano de novo, procurar ganhar, estar na melhor forma possível, na melhor performance, para poder dar frutos para o torcedor, que é isso que o torcedor quer. Que é um time jogando bem, jogando bonito, ganhando títulos. Mas tem horas também que não dá para só jogar bonito e ganhar o jogo, né? Então, chega esse momento. Você estar bem, você estar feliz, o que mais importa é você estar feliz e estar fazendo o torcedor feliz.

Escolha pelo Botafogo

– Eu vou ser bem sincero, porque quando eu tomei a decisão de vir para o Botafogo, eu estava no Palmeiras, tinha acabado de ganhar Libertadores, Copa do Brasil, Brasileiro, grandes coisas. E eu vim porque eu achei que eu estava pronto para ter essa responsabilidade. Eu tinha, quando eu vim, 22, 21 anos. Eu achei que estava pronto e, quando cheguei, tive lesões, eu tive, eu acho que ninguém sabe, uma paralisia no rosto. Que foi onde que atrapalhou bastante. Foi um ano ali que eu limpo da minha vida, mas foi um ano de aprendizado. Quando eu vim, eu botei na minha cabeça que eu estava pronto e eu vi que depois, quando começaram a acontecer algumas coisas comigo, foi a paralisia no rosto, a minha lesão, eu vi que eu não estava pronto. Eu achei que eu já era homem para aguentar esse fardo todo. E quando a gente toma porrada é para aprender, né? Eu vi ali, foi quando eu parei para pensar, que eu falei, “pô, eu tenho que ser forte nesse momento porque tenho minha filha que precisa de mim, tenho uma família que precisa de mim”. Foi que eu pensei, que eu estava pronto para aguentar esse fardo e naquele momento eu vi que eu não estava pronto, sabe? Eu nunca fugi da minha responsabilidade, eu sei do tanto, o valor que o Botafogo pagou por mim, eu sei a importância que eu tenho no Botafogo. Carrego no Botafogo, tanto que eu carrego, porque se eu ganhei os títulos no passado, não foi à toa. Ali eu pensei, eu falei, “pô, eu estou pronto, então eu vou”. Eu sei que eu posso, eu sei que eu consigo e pedi permissão de Deus para mim. Du vim com um status muito grande, que o Patrick isso, o Patrick aquilo, agora eu sou, posso dizer, um menino, mas um menino com mais cabeça, com mais experiência. Naquele momento eu era um menino real ali porque tinha acontecido muito tão rápido na minha vida, sabe? Que não estava conhecendo aquela parte ali, estava conhecendo a dificuldade do futebol, como é que era.

Lesões

– Quando piorou assim, foi quando eu tive a minha lesão. Que foi ali que eu vi que eu não estava pronto, precisava de uma mão, que foi onde Deus me ajudou bastante. Minha família, sem palavras, me ajudou, minha esposa, meus empresários, que foi quando me deu a mão. O próprio John (Textor) também conversou comigo, falou que podia contar com ele. Porque quando eu tive a minha lesão ali, cara, foi quando mexeu muito com a minha cabeça, que eu falei, “pô, não é possível estar acontecendo isso comigo”. Porque quando a gente joga bola, a gente não quer ter uma lesão dessa, ainda mais da minha que eu tive, que foi difícil. Mas, graças a Deus, eu pude dar a volta por cima, recomeçar de novo. E estar remando de novo, estar aprendendo de novo a reconstruir a história que só deu uma pausa, mas está continuando agora.

– Eu estava me sentindo muito bem, ali foi um dos meus melhores momentos, quando eu cheguei no Botafogo, eu estava com a confiança muito lá em cima, estava me sentindo muito bem. Quando eu cheguei no Botafogo, cheguei muito feliz, mas ali em 2023 eu sabia que ia ser um ano próspero, que eu ia me sentir, não na parte profissional, mas como homem, sabe? Tipo, estou formado agora como homem, por tudo o que eu passei, tudo o que aconteceu comigo, eu estava me formando como homem ali também. E quando veio a lesão, eu caí no chão ali naquele momento, e quando eu caí eu sabia que tinha machucado. Você já sabe que machucou, mas ali eu falei com o médico, eu falei, “eu sei que eu machuquei, mas o que eu queria saber é a gravidade da lesão”. E foi tempo, foi até fazer exame, desinchar o joelho ali para operar, cara, foi doloroso, foi doído, porque sofri bastante, só sabia chorar, chegava em casa, foi uma parada muito doida, porque quando eu cheguei em casa, minha casa estava sem luz, eu estava sozinho em casa, não tinha ninguém em casa, e foi quando meu primo chegou em casa, só ficamos eu e ele, e a única coisa que eu perguntava para ele era “pô, por que comigo, por que comigo?” E a gente não entende o propósito que Deus quer para a gente, a gente não entende o que é que tem para a gente lá na frente. Então foi um ano e cinco meses de sofrimento, mas graças a Deus superei, fui forte, fazendo psicólogo, fazendo grandes coisas para me ajudar, sabe? Para eu não ficar com aquilo ali na cabeça, que foi doloroso.

Botafogo campeão brasileiro

– Aquilo ali é gostoso demais, né? No começo do ano eu estava aqui ainda. Depois fui emprestado. Mas, pô, quando eu saí daqui, eu desejei grande sorte do mundo para todos os jogadores que merecem. Porque por tudo que aconteceu em 2023, foi doloroso. Pô, em 2023 eu vivi aqui no estádio. Não podia estar ajudando, não podia estar correndo, estava machucado. Então, foi um ano sofrido. Mas, pô, graças a Deus passou. Quando mudou para o 2024, limpou tudo, foi quando a gente ganhou tudo. Que é onde o Botafogo era a ser batido. Todo mundo queria jogar contra o Botafogo. Todo mundo queria ganhar. Eu estava em Santa Catarina, estava torcendo muito. Foi até quando a gente brincou, brinquei com o Tchê Tchê também. Queria me tirar do grupo. Falei, “me tira do grupo não, filho. Me tira não. Me deixa aqui também que eu sou campeão também, filho. Não me tira não”. Mas, cara, foi um grupo excepcional, grandes jogadores como pessoas, como atletas também. O grupo muito trabalhador, que queria ganhar, que estava disposto a passar a dificuldade ali, sabe? Para ganhar. Então, isso não tem coisa melhor, sabe? Quando você vê que o grupo quer mesmo. Vê que o grupo quer ganhar. Vê que todo mundo está só num caminho só, sabe? Que é o caminho da vitória. Que é o caminho da felicidade. Porque a gente sabe que para ganhar título, você vai sofrer. Vai chegar aquele momento ali que, pô, a bola não está entrando. Mas aquele gol no finalzinho ali é vitória. Aquele meio gol ali é vitória. Então, pô, quantos jogos teve que o time estava bem no jogo, mas saiu o gol, como contra o Fortaleza mesmo. Eu estava na televisão vendo. Que estava difícil de entrar, estava difícil. Quando teve uma bola, o Igor foi e fez o gol. Então, aquilo ali é gostoso. Quando você ganha um jogo sofrido, você ganha um jogo que está difícil. Aquilo ali, você vê a qualidade do grupo. Você vê que o grupo é forte mentalmente. O que passou em 2023 já não tem mais, já é outra cabeça, já é outra mentalidade. É um grupo vencedor. 2024 é um ano que vai ficar marcado no coração do torcedor, de quem trabalha, funcionário. Vai ficar marcado porque foi bonito de ver. Foi jogando um futebol bonito, jogando para frente, ganhando, que é o mais importante.

Botafogo campeão da Libertadores

– Estava lá em Santa Catarina. E quando o Gregore, né? Chamo ele de Coisão. Quando o Coisão fez aquela… Quando teve aquele acidente ali, falei, “não, não é possível que eu estou vendo isso”. Depois que o jogo começou a rolar, falei, “pô, a gente não tem como perder esse jogo”. Porque do jeito que estava com a confiança lá em cima, pelo ano que já vinha fazendo, ficou a confiança ali. Porque o Gregore é aquele cão de guarda, aquele cara que corre por todo mundo. Mas quando ele foi expulso, ele não saiu cabisbaixo, ele bateu na mão dos caras. Falou, “pô, corre por mim aí”. E os caras falaram que iam correr por ele. Aquilo ali que é o melhor momento do futebol. Você sabe que tem os companheiros que ficam, que vão correr por você. Todo mundo correu, todo mundo se dedicou. E quando o Botafogo, saiu campeão eu fiquei muito feliz. Mandei mensagem no grupo, zozei todo mundo. “Não esquece do meu bicho, não”. Mas foi gostoso demais. O Gregore é um grande jogador. Não tenho o que falar desse cara, como pessoa, como jogador. E os outros também, que jogaram muito na final.

2025

– A expectativa está boa. Eu estou me sentindo muito bem, cada dia evoluindo, fazendo minhas coisas quietinho. Devagarzinho. Com o tempo. Para poder estar bem, estar na melhor versão, na melhor performance. É o que o Botafogo exige. E a expectativa é muito boa, de estar feliz, de estar jogando. Então, o grupo está enxugado, está unido também. Então, sabe da dificuldade que vai ser esse ano. Vai ter que se reinventar de novo, vai ter que mudar jeito de jogar, mudar como que vai ser. Porque todo mundo já sabe agora. Mas, como eu falei na minha entrevista já, o Botafogo esse ano é o time que todo mundo vai querer jogar contra. Todo mundo vai querer ganhar do Botafogo. Então, a gente estando com a cabeça boa, estando focado ali em cada jogo, sabendo do objetivo que a gente tem que fazer, vai ser bom. Vai ser um ano, se Deus quiser, glorioso, né? Vai ser um ano maravilhoso.

Lições que ficam

– Cara, foi um aprendizado bom, porque eu tirei grandes coisas de tudo que eu passei, sabe? Porque a primeira coisa que eu tirei de positivo foi o psicólogo, porque me ajudou bastante. Eu tenho o meu mental, agora, bem mais forte do que eu já tinha. Porque eu já sabia da dificuldade da vida, quando eu era pequeno, que meus pais me ensinaram. Então, quando eu machuquei, eu tinha um mental forte. Mas eu ia precisar mais ainda preparar a minha cabeça, por conta que eu nunca tinha operado, nunca tinha vivido aquilo ali. Já tinha ficado fora de um mês, dois meses, mas não um ano. Um ano e cinco meses, sabe? Então, o psicólogo foi onde que eu falo que me ajudou bastante. Foi onde eu sempre estive focado na minha recuperação. Nunca deixei de fazer os trabalhos que tinha que fazer. Fiquei dois meses quase sem ir no clube, por conta que eu não podia pisar, não podia subir escada, nada disso. Mas quando eu voltei, eu estava todos os dias ali no clube, era de manhã, de tarde. Então, eu estava tratando em casa, eu queria recuperar logo, mas eu sabia do tempo que eu tinha que ficar fora. Então, foi onde o mental entra ali. Você fala, “pô, está demorando, mas eu tenho que ir de novo. Caraca, eu vou amanhã de novo, tenho que fazer a mesma coisa, mas eu tenho que ir”. Então, foi isso que eu tiro como aprendizado. E confiança é a mesma coisa que eu falei, “pô, eu sou bom, sabe?” Eu sei que eu sou bom, sei que eu ganhei bastantes títulos e não foi à toa. Então, é o momento da vida que o cara passa, é o momento do futebol, ele tem aquele momento. E eu nunca deixei de trabalhar, nunca me entreguei a nada, sabe? Mas sempre falando “eu sou bom, eu vou dar a volta por cima, eu vou reconstruir meu objetivo de novo, eu vou botar direção para as minhas coisas”. Foi onde tudo começou. Ano passado, voltei a jogar com calma, com tempo. Esse ano, já começando a jogar, disputando o Carioca, é importantíssimo para mim, estar pegando confiança de novo. Então, posso dizer que eu estou com a minha confiança muito em cima, a minha autoestima muito em cima, que vai ser um ano mágico, um ano glorioso. Estou focado nisso, com o meu mental muito forte, fazendo o meu trabalho no clube, fora do clube. E me ajudando, sabe? E para poder ajudar o Botafogo. É isso, a expectativa é muito boa. A gente vai ter grandes vitórias aí, da minha parte, da parte do grupo também, vai ter grandes coisas.

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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