Fabio Matias conta como ajudou Botafogo a virar página de 2023 e rasga elogios a John Textor: ‘Está fazendo algo inimaginável em curto espaço de tempo’

Fabio Matias, ex-auxiliar do Botafogo
YouTube/Resenha com TF

Se tem um nome que foi fundamental para o Botafogo virar a página de 2023, esquecer os traumas e passar a viver com intensidade 2024, este foi Fabio Matias. Após a demissão de Tiago Nunes, o auxiliar técnico virou treinador interino, resgatou a confiança do grupo e ajudou o clube a se classificar para a Copa do Brasil 2025 (via Taça Rio) e para a fase de grupos da Libertadores.

Em entrevista ao podcast “Resenha com TF”, Fabio Matias, que está sem clube após deixar de ser técnico do Coritiba, dividiu os méritos.

– Se eu citar um nome, vou ser injusto. Porque a compra da ideia dos jogadores foi muito boa, todos compraram. O Botafogo fez muito bem de trazer atletas com conduta e caráter, um perfil muito bom, de dia a dia, ambiente, isso é um facilitador. Falar que é um jogador ou outro é injusto. Estavam todos na mesma batida, sabendo da responsabilidade de levar o Botafogo para a Libertadores, todos compraram a ideia. Impactamos forte com aquele 6 a 0 sobre o Aurora, uma característica importante quando se chega é impactar. Isso soou muito bem no ouvido do atletas. Foi um período muito bom de trabalho – disse Fabio Matias.

Ele foi perguntado ainda sobre a relação com Marlon Freitas, que se tornou um dos líderes do elenco.

– Naquele período, tive conversas individualizadas com vários jogadores. Ele teve situação marcante, o falecimento do sogro, vem, fala comigo depois do treino, que não tinha condição de jogar. Depois faz esse jogo com o Fluminense, vai super bem. É um cara extremamente profissional, muito bom como ser humano, como atleta. Esse cuidado temos que ter. Não vivenciei o que aconteceu ano passado, não podia dizer o que aconteceu ou não. Desde que assumi, falava que não vivenciei, não aconteceu nada, é daqui para a frente. Isso foi muito importante, os jogadores comprarem. Marlon foi fundamental, porque tem liderança, leitura, é inteligente, joga visualizando o jogo. Às vezes você olha, ele corre bem, ocupa os espaços, não corre errado. Tem capacidade, inteligência. Naquele momento foi fundamental em relação a isso. Tivemos essas conversas, lembro bem dele chegando ao vestiário. Como interino, com vontade de falar “Marlon, vem aqui e vamos jogar”, mas fui muito respeitoso, falei “não tem problema, comunica à direção, respira e volta”. É um respeito que temos que ter em relação ao jogador, se tem problema desse nível a decisão é dele. Foi o que fizemos – explicou.

Fabio Matias fez um balanço da passagem pelo Botafogo.

– O período no Botafogo para mim foi maravilhoso, muito bom. No futebol, a roda gira muito. Com relação ao que fizemos, foi o trabalho que tínhamos que desempenhar como auxiliar permanente. Sempre respeitei isso, pela oportunidade que John (Textor), Alessandro (Brito), (André) Mazzuco e Thairo (Arruda) deram. Isso é o que posso fazer, agradecer a oportunidade que tive naquele momento. Fiz o possível para que aquilo acontecesse, conseguíssemos a vaga direta na Copa do Brasil e na fase de grupos da Libertadores, como auxiliar permanente – contou Fabio Matias, antes de elogiar John Textor.

– A experiência que tive com ele foi muito positiva. Tivemos uma reunião de duas horas, ele falando o que pensava de futebol. O que fez pelo Botafogo, o que está fazendo, é algo que nenhum torcedor esperava há três anos. A velocidade das coisas. O torcedor do Botafogo merece isso, por tudo que passou, tudo que viveu, tem camisa mágica, número mágico que é o 7. O que posso falar do John Textor é que está fazendo muito bem para o Botafogo, fazendo algo inimaginável em curto espaço de tempo – acrescentou.

Atualmente livre no mercado, Fabio Matias planeja os próximos passos, que podem ser como treinador ou auxiliar.

– É lógico que gostaria dar continuidade na carreira. Mas não vejo problema em dar passo para trás, fazer de novo função de auxiliar permanente. Porque é uma função enriquecedora, você consegue estudar, visualizar o profissional que está trabalhando, entender processos, fazer interligação com categorias de base, integração, ver quem são os melhores. Da minha parte, não vejo problema em dar passo para trás, porque sou novo, jovem, fiz coisas boas na base, é um processo natural ainda. Estou igual jogador de base, que sai do sub-20 e olham com potencial no profissional. Estou vivendo muito isso, o que jogador que transita da base para o profissional passa. Mas não vejo problema de dar passo para trás, nem é passo para trás aliás, é passo necessário, respira, se prepara, espera, estuda e faz. Esse é um movimento que não é ruim. Todos os clubes precisam de profissionais preparados para assumir situação quando não dá certo com treinador para ter tempo de respirar e se organizar. Acabamos dando tempo do Botafogo fazer boa escolha, de profissional competente, ficamos 45 dias no cargo. Esse é um movimento necessário – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e Resenha com TF

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