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Freeland explica motivo de saída e diz que ideia ‘era ficar os quatro anos’: ‘Sede era de colocar Botafogo no lugar dele de verdade’

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Por FogãoNET

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Eduardo Freeland, ex-diretor do Botafogo
YouTube/Glorioso Connection

Ex-diretor de futebol do Botafogo, Eduardo Freeland teve papel fundamental na recuperação e no acesso do time com título da Série B. O profissional optou por deixar seu cargo de gerente na base do Flamengo para aceitar o deSAFio alvinegro, em janeiro de 2021.

Em entrevista ao podcast “Glorioso Connection”, Freeland contou por que topou a missão do Botafogo.

– Há sempre duas coisas que me movem profissionalmente e estão atreladas à minha vida profissional, que são propósitos e trabalhar com pessoas que acredito. Podem ser as melhores ou não profissionais, mas são do bem, corretas, querem o bem de outras pessoas. Quando saio do Botafogo, assumo a base do Cruzeiro. Sair do Rio era uma oportunidade importante, já estava há oito anos no Botafogo. Saí de treinador do sub-13 a gerente da base. Quando saio do Cruzeiro, tenho conversa bem adiantada com o Flamengo. Era outra realidade. Enxerguei outras situações que me agregariam, porque sou um cara em formação, para a vida. Assim como no Bahia. O Durcesio Mello estava assumindo a presidência, era um cara que tive algum contato em momentos bons em 2017 e 2015, parabenizando pelo trabalho. Gostava da índole e de tudo que via no Durcesio. Ele tinha tentado (ser vice-presidente) em 2014, eu fiz uma apresentação para todos os grupos políticos. Criamos uma relação. Tinha uma vontade de trabalhar no futebol profissional, achava que não seria o meu nicho de atuação, que voltaria para a base. Pensei “se tem um lugar para experimentar o futebol profissional, é o Botafogo, porque conheço quase todos e quase tudo. Uma pessoa com Durcesio acreditando e dando carta branca, com propósito e intencionalidade, não tinha vaidade, era querer o Botafogo forte, foi o que tentei colaborar. Fazia sentido colaborar, ter carta branca dele – explicou Freeland, que teve problemas no início.

– Na primeira semana foi extremamente difícil, porque em quatro dias de trabalho houve jogadores faltando treino ou atrasados. Se eu não tivesse carta branca de atuar, isso continuaria acontecendo. Aí você não consegue trabalhar e o jogador percebe. Já era o descenso. Assumimos para programar a Série B. Era necessário um choque de ordem. Futebol tem muitas arestas, gerir as vaidades, os comportamentos, as terceiras pessoas. Se toma decisão mais rígida, seis elogiam e 300 criticam. Se toma atitude mais branda, seis elogias e 300 criticam. A proporção é sempre essa. Você tem que ter seu olhar, sua capacidade crítica e analítica. Foi um conjunto de fatores que me fez querer colaborar e engrandecer. Quando vim, minha ideia era ficar os quatro anos. Lembro em 2015, quando o (Manoel) Renha, diretor de base, visita com (Carlos Augusto) Montenegro, Durcesio e uma comitiva com umas oito pessoas o Caio Martins. Eu disse uma coisa que a torcida pode não gostar, que era importante entender aquele lugar para levar o Botafogo de volta ao tamanho dele. “Temos que fazer para o menino ver que o Botafogo é grande, a história está cada vez mais distante”. Volto com isso na veia. Vivenciei oito anos, vi de não ter suco e pão com manteiga para dar para o jogador. As pessoas não têm noção disso. Não dá para formar jogador, porque não consegue nem fazer chegar ao sub-20, sai antes, treina em campo duro em Marechal Hermes ou General Severiano. Pensei “quatro anos é suficiente para tornar competitivo”. Primeiro vamos fazer subir. Claro que tinha projeto SAF, mas era sede de colocar o Botafogo no lugar dele de verdade. Não ficar uma coisa de “fizemos boa competição, chegamos em quartas da Libertadores”, não, o Botafogo é maior que isso – acrescentou.

No entanto, em 2022, Freeland acabou saindo do Botafogo na transição da SAF para se tornar diretor de futebol do Bahia. O curioso é que ele chegou a viajar com Durcesio Mello e encontrar John Textor no CT do Crystal Palace, em Londres. O profissional contou seus motivos para deixar o clube.

– A viagem ia ser o presidente, ele sugere o meu nome, Textor já tinha falado que poderia ser interessante. A proposta era de uma mudança de cargo, retornar para a base. Não era meu projeto de carreira, termino o ano campeão da Série B, “vamos continuar experimentando isso aqui”. Fomos lá para conhecer a base e a estrutura. Vou lá, viajo, conheço o Crystal Palace, assistimos ao jogo, foi uma honra. Mas a viagem em si em conteúdo acabou sendo muito pobre, volto sem a clareza. Depois fui entender, porque faço algumas perguntas ao diretor do Crystal Palace, trocamos mensagens, falei com o próprio Textor, havia uma demora e falta de respostas básicas. Não era contrário a voltar para a base. Queria entender qual seria a minha atuação dentro dessa responsabilidade. Montei um novo organograma, desenhei o que seria divisão de base de excelência, comparando com outros clubes. Daquele momento, até minha decisão de saída, porque fui deslocado da minha função, foi por falta de resposta. Depois vi que o Textor tinha no Luís Castro a figura que queria que chegasse e determinasse o que seria feito. Mas fiquei 30 dias sem esclarecimentos. Luís Castro ainda não estava confirmado. Essa falta de timing, fora outras questões, como tratou outros assuntos da área de negócios, a forma de comunicar a saída do Enderson Moreira, faltou um pouco de cuidado. Juntei isso tudo, precisava de respostas, até por me achar experiente e crer ter conteúdo, queria ouvir o Luís Castro, mas quero poder trocar ideias. Percebi que não temos movimentos a fazer. Aí veio o convite do Bahia, pensei que era momento de deixar seguir e ir cada um para um lado. – encerrou.

Fonte: Redação FogãoNET e Glorioso Connection

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