O grupo político “Botafogo Sem Medo” publicou nota nesta terça-feira defendendo o afastamento dos que chamam “vice-presidentes amadores” após a conturbada segunda-feira de protestos e indefinições no clube em relação à demissão do técnico Marcelo Chamusca.
No texto, o grupo político vê como estopim a decisão por manter Chamusca enquanto a diretoria ainda não encontrou um novo técnico, versão passada pelo vice-presidente Vinicius Assumpção aos membros da Fúria Jovem que protestavam do lado de fora do Nilton Santos.
Segundo o “Botafogo Sem Medo”, outros vazamentos mostraram também a influência dos chamados “amadores” nas tomadas de decisões relacionadas ao futebol: “Ou afasta os amadores ou os amadores afastarão de vez o profissionalismo”, diz um trecho.
Confira a nota do ‘Botafogo Sem Medo’:
O Botafogo sem Medo manifesta a sua preocupação com os seguidos atos de dirigentes amadores que prejudicam o trabalho dos profissionais do Botafogo. Defendemos a separação total entre social e futebol, com o completo afastamento de Vice-Presidentes amadores do processo decisório.
Em meio a fortes discussões sobre demissão ou não do técnico Marcelo Chamusca, um dirigente amador conseguiu uma bizarra terceira opção: a demissão pela metade (“não demitimos ainda porque outros não aceitaram vir”).
A atual diretoria foi eleita com a promessa do profissionalismo. E profissionalismo não existe pela metade. Se o presidente permite a convivência de Vice-Presidentes amadores nas tomadas de decisão, então as decisões não podem ser consideradas profissionais. Na convivência entre profissionalismo e amadorismo, o segundo sempre prevalece, e quem perde é o Botafogo.
Um claro exemplo da influência de amadores no processo decisório foi retratado pelo jornal Lance! (24/06/2021), que noticiou — com óbvias informações vazadas — a existência de um “colegiado” formado pelo atual presidente, o diretor de futebol, o CEO e, inexplicavelmente, o Vice-Presidente Geral.
O futebol deve ser decidido pelos profissionais, como defendido na vitoriosa campanha que foi aprovada pelos sócios, sob a chancela e a blindagem política do presidente. Não há razão plausível para que Vice-Presidentes amadores participem de decisões da gestão.
Para o profissionalismo existir, o amadorismo tem que sair. O presidente Durcesio tem diante de si uma escolha clara: ou afasta os amadores ou os amadores afastarão de vez o profissionalismo. O Botafogo não tem mais tempo para ser instrumento para satisfazer a vaidade de dirigentes amadores.