Ídolo do Botafogo na década de 1960, o ex-jogador Afonsinho encarou uma longa viagem de ônibus desde o Rio de Janeiro para se despedir de Pelé, sepultado nesta terça-feira em Santos. Aos 75 anos, Afonsinho sentiu muito a perda do Rei do Futebol e disse que decidiu ir na última hora para o velório, levado pela emoção.
– Eu não tive coragem de ver o Pelé doente. Fiquei dias e dias, como todo mundo, suspenso no ar com a situação da doença do Pelé, mas em cima da hora eu vim tocado por essa emoção. Agora também não resisti de dar o último adeus. Ontem (segunda) eu não consegui vir, e à noite na última hora resolvi pegar um ônibus e vir, se não eu ia ficar me incomodando muito tempo – afirmou Afonsinho à ESPN Brasil.
Além de ter sido um craque nos gramados, Afonsinho também fez parte de uma revolução no futebol brasileiro, se tornando o primeiro atleta do país a ganhar o direito ao passe livre, na Justiça. Tal direito só foi concedido quando Pelé era ministro extraordinário do Esporte, em 1998 – a chamada “Lei Pelé”.
– Pelé em termos de imagem é o máximo que se atingiu, especialmente para nós jogadores de futebol, ele valorizou nosso trabalho à expressão mais alta. E, pessoalmente, a coisa que marcou mais fora do campo a atuação do Pelé, como ministro do Esporte, foi quando ele levou à frente e não mediu esforços para abolir o passe no futebol brasileiro. Ele fez questão de levar isso até o fim. Essa foi a nossa melhor tabelinha – lembrou Afonsinho.