O Botafogo aos poucos vem conseguindo organizar suas dívidas após a transformação em SAF, depois de um primeiro ano conturbado com muitas penhoras e bloqueios em virtude do entendimento difuso da Justiça sobre a Lei da SAF. John Textor, acionista majoritário do clube, recordou esses problemas.
– Algumas pessoas ainda têm o direito de reclamar e entrar com ações judiciais, mas quando fazem não apenas as movem contra o antigo clube, mas também contra a SAF. Tem sido difícil para os juízes descobrir quando uma ação é voltada para o antigo clube social e quando é voltada para a SAF – contou Textor, ao “The Athletic”.
– A companhia de luz chegou a desligar a energia do CT por dívidas de quatro anos atrás, que não eram responsabilidade nossa. O dinheiro do nosso contrato de TV foi bloqueado porque um fiscal de impostos acreditou que tinha uma promessa de pagamento de três anos atrás. Então nós ficamos indo à Justiça para receber nosso dinheiro de volta. Mas está melhorando muito. E, felizmente, muitos juízes mais velhos são grandes torcedores do Botafogo – completou.
John Textor disse que os problemas iniciais já eram esperados e que a situação está melhor, com as dívidas sendo pagas de forma ordenada.
– Já esperávamos esses problemas. Quando as pessoas diziam “o Botafogo nos deve dinheiro”, até os juízes têm dificuldade que o antigo clube social não é o mesmo da empresa que compramos. As dívidas do clube social estão separadas, arrumadas, e o dinheiro que depositamos numa conta central é distribuído para pagar essas dívidas – disse.
O Botafogo, recentemente, obteve a aprovação junto ao Conselho Deliberativo para adotar mecanismos de recuperação extrajudicial para pagamento das dívidas cíveis. Em relação às dívidas trabalhistas, o clube ainda busca a homologação do acordo com os credores junto à Justiça.