Quando o Botafogo estava mal, em 14º na Série B do Brasileirão-2021, foi atrás de Lisca Doido. No entanto, conversou com o treinador por uma semana e o mesmo acabou indo para o Vasco. Melhor para o Glorioso, que contratou Enderson Moreira e foi campeão de forma antecipada da competição, enquanto o rival permaneceu na Segunda Divisão naquele ano.
Em entrevista ao “Charla Podcast”, no último domingo (10/9), Lisca admitiu que conversou com o Botafogo, mas escolheu o Vasco.
– Foi confuso também, no Botafogo era o (Eduardo) Freeland, queria, mas ficou na dúvida, ficou de me ligar na segunda. Aí o Vasco me ligou no domingo à noite, o (Alexandre) Pássaro. Eu disse “estou vendo o negócio, tenho outras situações”, ele falou “amanhã estou em Porto Alegre, quero conversar contigo, independentemente do que acontecer”. Ele me apresentou o projeto, gostei para caramba, acho o Pássaro um baita de um cara, com muito conhecimento. Gostei demais da conversa dele, da maneira que me apresentou o projeto, e é o Vasco né, cara? Ali decidi pelo Vasco – contou Lisca, que não durou muito e logo foi demitido.
– Para o meu lugar foi o (Fernando) Diniz, com Nenê e torcida, eles fizeram 40% dos pontos. Eu na pandemia, com toda dificuldade, fiz 44%. Sou fã dele, é o técnico da Seleção Brasileira, mas meu aproveitamento no Vasco foi maior que o dele. Dei muito azar que não peguei a torcida do Vasco no estádio. Quando fui para o Sport, minha estreia foi contra o Vasco, com 66 mil pessoas no Maracanã, deu empate. Como a torcida me recebeu vocês não têm noção, pediram fotos, dei muitos autógrafos, ela compreendeu a situação. Ficou uma história ali, uma sementinha para a frente, quem sabe? – deixou no ar o treinador.
O técnico, hoje desempregado, ainda explicou a polêmica saída do Sport para o Santos e citou Luís Castro, que deixou o Botafogo em junho para se transferir para o Al-Nassr, da Arábia Saudita.
– Quando saí do Sport e fui para o Santos, foi uma pica do caramba, foi horrível. Foi um erro. Não me arrependo porque você só vê que foi erro depois. E era o Santos. Eu estava muito bem no Sport, fui muito bem recebido, no meio do jogo saiu informação que estava acertado com o Santos, era mentira. Mas fazer o quê, cada um acha uma coisa. Eu saí, realmente, mas qual treinador já não fez isso? (Vagner) Mancini, Dorival (Júnior), Guto (Ferreira), Felipão, o (Luís) Castro fez… E a porrada como foi? A diferença foi muito grande, os caras não me perdoaram, me chamaram de mau-caráter para baixo e não era a verdade. Depois do jogo eu ia sentar com diretoria do Sport, ia dizer que tinha situação, eles podiam dizer “fica aqui, vamos prorrogar seu contrato”. Como foi durante o jogo, a torcida se revoltou e não tiro a razão. Me xingaram, jogaram mijo, tudo, ficou meio inviável, não tinha mais como voltar. Perdi a possibilidade de decidir entre ir para o Santos ou ficar no Sport. Minha imagem ficou muito deteriorada, com outros treinadores não aconteceu, então foi muito por essa questão do (apelido de) doido – completou.
