Técnico do Botafogo, Luís Castro foi um dos convidados do evento “Brasil Futebol Expo – Muito além das quatro linhas“, promovido pela CBF, em São Paulo. Ao lado de Vítor Pereira, do Corinthians, no debate “Treinadores estrangeiros no futebol brasileiro”, ele explicou sua motivação para vir para o Brasil.
– Quando nós escolhemos um projeto, trabalho, clube, gera expectativa em nós. E a expectativa que gera em mim é que, quando eu saí de Portugal, o objetivo era treinar no Brasil. Porque sempre que eu via futebol brasileiro eu via paixões nos estádio, torcida apaixonada pelo jogo, jogos intensos, jogos disputados até mais do que era o normal, e me gerou expectativa no dia a dia de trabalhar – destacou Luís Castro, em trecho reproduzido pelo “Lance!”.
Porém, apesar de elogiar a qualidade dos jogadores, o técnico português do Botafogo fez críticas ao futebol brasileiro por alguns fatores.
– Me surpreendeu o estado dos gramados, que deveriam ser mais bem cuidados. O calendário eu já sabia que era apertado, para mim nem tanto, porque não tenho Sul-Americana e Libertadores, mas me coloco na pele de alguns companheiros, e os elencos precisam ser mais numerosos. Eu posso ter 34 jogadores, mas como eu vou treinar 34 jogadores? – indagou.
Outro ponto que gerou estranhamento em Luís Castro foi a visão da imprensa e de comentaristas em relação ao futebol.
– Me surpreendeu também a forma como é analisado o jogo, é muito de forma individual e pouco de forma coletiva. Falam se um jogou bem ou mal, não sobre o corredor direito ou esquerdo, se o 7 fazia diagonal com o 9… Me surpreendeu a forma pouco elaborada e o pouco cuidado como é analisado o jogo. No Brasil, o comentarista do jogo fala 30 vezes sobre a torcida, às vezes fala-se mais vezes da torcida do que dos jogadores em campo. Eu dou muita importância à torcida, e a torcida do Botafogo é fantástica, mas parece que o jogo é o menos importante de todo o fenômeno à volta do futebol, quando acho que o jogo é o mais importante – completou Castro, em declaração reproduzida pelo “Lance” e pelo “GE”.
