O técnico Luís Castro foi entrevistado aio vivo no programa “Baita Amigos”, do BandSports, na noite desta segunda-feira (19/6), mas não foi perguntado sobre o interesse de clubes da Arábia Saudita. O treinador alvinegro se ateve ao Botafogo e foi questionado pelo ex-zagueiro Mauro Galvão se o atual elenco do Glorioso dava conta de manter o ritmo até o fim da temporada 2023. Castro viu espaço para reforços, mas valorizou seus jogadores atuais.
– É sempre difícil fazer essas projeções. As lesões vão nos atingindo, todos estão prontos para dar seu melhor, mas as equipes são formadas por pequenas sociedades dentro de campo, e esse conjunto de sociedades às vezes se quebra com lesões ou suspensões. Estamos conseguindo manter essa sintonia. Mesmo que tecnicamente um jogador não esteja no mesmo nível do outro ou o nível de entendimento do jogo não seja o mesmo, a nível mental e físico a equipe está em um nível muito bom. Há uma ou outra posição em que poderíamos fazer um upgrade e melhorá-la. Nós treinadores sempre queremos mais e mais, mas estou muito satisfeito com o elenco que tenho, muito satisfeito com os jogadores que tenho, que são muito determinados, têm muita ambição. Com esses valores de coragem, compromisso e respeito, podemos continuar no mesmo caminho – afirmou.
Luís Castro também recordou sobre a crise no Campeonato Carioca, quando chegou a balançar no cargo, e fez uma crítica ao comportamento da imprensa na ocasião.
– A imprensa sabe o que o cliente quer, tem estudos no mercado, sabe quando o pico da audiência está, sabe o que vende menos. Em função desse GPS da imprensa, adotam um discurso e dá ao cliente aquilo que ele mais quer. E já percebeu que quanto mais problemas trouxer, mais será ouvido. O ser humano tem essa característica que é um paradoxo, muitos vão ver uma corrida na Fórmula 1 para ver se tem algum acidente. No futebol também acontece isso. Já senti muito isso, no final de um jogo do Estadual todos achavam que eu deveria sair, quase todos não entendiam como eu ainda podia continuar. Tive um conjunto de jogadores lesionados, eu dizia que quando a equipe estivesse toda ela teríamos melhores resultados. O Estadual não tem qualquer qualidade pelos terrenos do jogo e pelas formas como as equipes encaram o jogo, os jogos tinham 30% de bola rolando. Abordamos o Estadual com sete dias de treino. Não houve um interesse de analisar de forma profunda, mas nada me surpreendeu nesse momento. Já sabia que era assim. Não estou dizendo que não fizemos um Estadual horrível. Fizemos. Deveríamos ter passado para as semifinais. Mas aí a mídia pedir a saída de um treinador? – questionou Castro.
– A torcida eu entendo, a torcida é emotiva, vai ao estádio para expressar seus sentimentos. O que me choca de alguma forma são as pessoas que analisam pela rama, acho que todos que são profissionais devem dar seu máximo. No dia que eu tiver que sair por ser o culpado pelo que se passa internamente no clube, irei sair. E sairei agradecendo à diretoria, jogadores e torcida. Acho estranho como a imprensa se refere a nós treinadores de forma tão pouca correta e elegante, nos dando como incompetentes, que não viveram nada, não tiveram uma história. Custa muito perceber que podemos perceber a confiança no período de férias. Estive quase à beira de uma Libertadores e depois de dois meses já era incompetente. Quem penaliza os treinadores está penalizando o futebol brasileiro – completou.