O Botafogo mudou. E a torcida mudou. O humorista Maurício Meirelles deu entrevista ao podcast da Botafogo TV e destacou o novo perfil dos botafoguenses, mais otimistas e confiantes, deixando para trás o estilo anterior.
– Eu fiquei famoso ano passado pela torcida porque eu escrevi um texto que meio que deu uma viralizada na época que a gente estava quase para perder de novo, né, o Brasileiro. Que a gente estava bem, aí começou a perder. Aí, porra, vamos pra Libertadores, todo mundo com medo e tal. Que é uma síndrome de botafoguense. Pensa no seu caráter. Você está 20 anos vendo o seu time mal, seu time perder no final, cavalo Paraguaio, seu time perde do River Plate faltando 10 minutos pra acabar… Então você começa a se acostumar, desde o começo, a se acostumar com fracasso. Você fala assim, “ah, o Botafogo vai jogar hoje, fez 3×0, vai voltar 4×3”. A gente começa a criar isso. Então era muito louco que eu olhava pra torcida do meu time quando o Botafogo estava metendo 2×0, eu olhava pro lado, tinha um bando de Maurício Meirelles ao meu redor. Que é o cara que está agoniado, o cara reclamando. O cara, pô, está 2×0. É, e aí eu olhei e falei, cara, esse time moldou a gente e de alguma maneira a gente molda o time. Porque esses jogadores, eles não são o Botafogo. Os caras vieram de vários lugares e estão ali. E aí os caras olhavam pra torcida, em vez da gente estar apoiando, como times argentinos fazem, o cara olha pra gente e a gente está (cabisbaixo)… O cara leva isso pro campo. Então era um fracasso coletivo de angústia. Era uma angústia retroalimentada ser botafoguense. Quando a gente ganha a Libertadores com um a menos, rompeu com isso. É quase como a gente olhar e falar, porra, a gente mudou, o coach vai falar o mindset, mas a gente mudou o mindset. A gente mudou e falou, não, não, está tudo certo. Agora está bom, está tudo tranquilo – apontou Maurício Meirelles.
Para o humorista botafoguense, essa mudança de chave é importante para todo o clube.
– Eu acredito muito na coisa da energia, assim. Irmão, se você não acredita… Vou falar sobre energia. Você não acredita em Wi-Fi? Então, se o Wi-Fi existe, é porque existe energia, certo? E eu acredito na energia. Se você é um cara que chega num lugar e eu chego aqui todo feliz e tal, quem está aqui no meio vai olhar e falar “pô, que legal, o ambiente ficou melhor”. Se você pega isso para 60 mil pessoas numa atmosfera de estádio, você entende porque jogar em casa, em alguns lugares, é muito difícil. Porque a torcida tem uma energia positiva em cima daquele coisa. Atrai. Jogar em casa, sendo botafoguense, era ruim. Porque a gente repelia essa energia. Era todo mundo muito angustiado. Agora, a gente está entendendo que a gente precisa ter uma energia de positividade o tempo todo. Porque isso passa, de alguma maneira. O jogador olha para frente, está o cara apoiando. Está o cara arrogante. A gente tem que ser mais arrogante. Então, de alguma maneira, acho que é a primeira vez na história recente que o botafoguense se entendeu como, porra, eu mudo o resultado se eu quiser. Eu, como torcedor, eu posso fazer isso. Então, eu vou começar a ser mais positivo nas minhas colocações – completou.