Diretor-executivo de futebol no Botafogo, André Mazzuco é um dos pilares da reestruturação do clube, que passa por transformação fora de campo e vem obtendo resultados dentro das quatro linhas. A liderança do Campeonato Brasileiro-2023 não é à toa, em um projeto que é de médio a longo prazo.
– A gente realmente está numa expectativa muito positiva. Se eu te falar que tínhamos a expectativa de estar em primeiro no Brasileirão, não. Mas agora o nosso grande desafio é constância. Tentar fazer com que o Botafogo se solidifique nessa prateleira para tentar fazer as mudanças necessárias. Estamos longe do orçamento e estrutura dos outros grandes clubes do Brasil. Estamos muito aquém do que pode chegar daqui uns dois, três, quatro anos, mas a gente está muito além do que encontramos no começo. Isso é um ponto bacana de equilíbrio – explicou Mazzuco, a “O Globo”.
A estrutura interna foi organizada a partir de uma verticalização, com John Textor no topo, Thairo Arruda como diretor da SAF e Mazzuco no futebol. Em seguida, há heads em diversas áreas, como scout (Alessandro Brito), Núcleo de Saúde e Performance (Marcos Cezar) e Supervisão de Futebol (Adriano Colares), por exemplo.
O clube vem acumulando melhorias internas para se desenvolver.
— Uma das ideias nossas é que o scout do Botafogo seja responsável por toda a América do Sul para a holding (Eagle Football, empresa que John Textor faz investimentos no futebol). A gente teve um crescimento grande na questão de software e hardware. Melhoramos demais as assinaturas que nos ajudam na análise, scout, troca de conexão com clubes. Hoje temos todas as ferramentas para termos todas as informações possíveis dos atletas e das equipes. (Além disso), fizemos um investimento muito grande em equipamentos de recuperação de atleta. Semana passada adquirimos um ultrassom próprio do clube. Utilizamos todos os equipamentos bioquímicos de recuperação e análise para que tenhamos, desde a chegada do atleta ao clube, todas as informações necessárias. É um ponto que nos espelhamos muito nos clubes europeus. É uma organização interdependente, porque a fisiologia depende da bioquímica, podologia, termografia, fisioterapia. É quase que uma produção em série. Temos tudo funcionando de maneira bacana no Lonier. Lógico que falta, em certo momento, fazer um CT novo, moderno, mas em termos do que a gente precisa para alta performance, evoluímos bastante. Isso nos dá condição de termos os resultados que estamos alcançamos – completou Mazzuco.