O estudo científico mais robusto sobre lesões no futebol não aponta mais lesões em gramados sintéticos do que na grama natural, afirmou Flávia Magalhães, médica do esporte e nutricionista, ao “UOL”.
O argumento das lesões vem sendo usado por técnicos e jogadores que se mostram contrários ao piso artificial. O argumento, como visto, não se sustenta na ciência.
– O que a gente tem de estudo científico, o mais robusto, é do Lancet, de maio de 2023, em que ele pega apenas estudos com futebol. Ele analisa tempo de jogo, minutagem de cada jogador, tipos de lesões, número de lesões que aconteceram com os jogadores. E a gente percebe que não existe a comprovação científica de que há mais lesões em grama sintética do que em grama natural – afirmou Flávia.
– Quanto mais moderna a grama [sintética] menos o torque impacta. Isso é o que gera no atleta a tendinite patelar, que a maioria dos jogadores se queixam. É uma dor na região anterior do joelho. Isso tem relação com aquilo que o jogador está adaptado. Quem está acostumado se queixa menos. Agora, quem joga em um campo de grama natural e também é duro, vai ter a mesma queixa da grama sintética. O que precisa é a padronização – completou.
Nesta terça, jogadores veteranos compartilharam nas redes sociais um manifesto contra o gramado sintético, sem citar os malefícios deste tipo de piso. Segundo o “UOL”, clubes já se articulam nos bastidores para votarem a proibição do piso artificial na próxima reunião do Conselho Técnico da Série A.