O Botafogo nos últimos jogos usou esquema com três zagueiros, foi defensivo, foi ameaçado e pouco atacou. Conseguiu vitórias importantes sobre São Paulo, Internacional e Red Bull Bragantino. Perdeu para Fluminense, América-MG e Cuiabá. Esta última derrota foi analisada no programa “Troca de Passes”.
O que chamou atenção dos debatedores foi o técnico Luís Castro não flexibilizou o esquema.
– Luís Castro é um técnico que dá impressão de não ter a estratégia. Vai com um plano de jogo e morre com o plano de jogo dele. Tenho visto uma dificuldade de mudar estratégia no decorrer da partida, demora para fazer a transformação – afirmou Paulo Vinícius Coelho.
– Isso me incomoda demais. A maioria dos treinadores monta um planejamento, até de substituição, tira os jogadores no horário predeterminado. Não interpretam o que jogo diz. O jogo está mostrando uma coisa, e ele não muda – reclamou Roger Flores.
– O auxiliar técnico de confiança tem que ficar lá em cima, enxergar o jogo, três zagueiros lentos, que vêm para zona de conforto, dá intermediária para o adversário. Não precisava de três zagueiros hoje, a mudança era imediata. Com todas as dificuldades que tinha, poderia ser mais agressivo, até pelo momento do Cuiabá e o desenho tático. Jeffinho entra fazendo fumaça, bota o moleque para jogar. Mas fica com Piazon, que entrega pouco tecnicamente e intensidade. Na hora que tirou os três zagueiros, era para tirar o Carli, tirou o Philipe Sampaio – opinou Pedrinho.
Para os comentaristas, o Botafogo não deveria ter usado três zagueiros contra o Cuiabá.
– Essa linha de cinco que desce na marcação às vezes perde a utilidade. O Cuiabá só tinha o Rodriguinho de 9, e de 9 ele não tem nada. O jogo era na intermediária, com três zagueiros sem função. Foi um jogo com muita facilidade na intermediária. Não era necessário usar três zagueiros. Desde o início do jogo, faltou um pouco de leitura. Respeito o modelo, não é questão de ser ofensivo ou defensivo, mas é o que o jogo pedia. Podia tirar o Carli, porque o jogo era no meio. O Botafogo tentou sair, mas sem criatividade e organização – ponderou Pedrinho.
– Essa questão dos três zagueiros, não é só dar a intermediária para o adversário com superioridade numérica. São três zagueiros muito estáticos, não dão opção ofensiva de construção, ficam plantados. O Botafogo fica com dificuldade de construção. Kanu é o melhor zagueiro e não jogou, o único que de repente pode dar opção. Entendo e respeito a idolatria pelo Carli, mas no futebol moderno, linhas mais em cima, ele não te dá isso, se sente inseguro. Como é capitão e tem voz de comando, puxa para a zona de conforto dele. Bola pelo alto, fica tirando, falam que é melhor em campo no 0 a 0. Mas gera volume para o adversário – completou Roger.