Apresentador do programa “Seleção SporTV“, André Rizek classificou o movimento de jogadores veteranos contrário à grama sintética no futebol brasileiro como “inócuo”. O jornalista elogiou a união dos atletas, mas tratou o tema com pragmatismo, explicando que a Fifa inspeciona os campos existentes no Brasil e os aprova.
– Até onde eu sei dessa história ela é inócua, porque ela [grama sintética é autorizada pela Fifa. Basta ter uma inspeção, que acontece normalmente em abril, ela dá o OK, a menos que haja uma decisão de liga, como há em alguns países da Europa. Como aqui a decisão dificilmente virá da CBF, e não tem uma liga comandando, acho que o movimento é beleza, os jogadores têm todo o direito, o dever, inclusive, de zelar pelas condições de trabalho deles. Mas acho que é inócuo, por aquilo que eu conheço da situação. Acho que a gente vai assistir a mais clubes e mais estádios optando pela grama sintética aqui no Brasil – disse Rizek, que não crê que a CBF vá “se meter” nessa briga:
– Desconheço que a CBF esteja caminhando em alguma mudança de vetar gramado sintético. Pelo contrário, a gente está vendo Pacaembu reinaugurado com gramado sintético, Palmeiras, Botafogo, Furacão e o Galo é o próximo. Então está aumentando o número de gramados sintéticos, como aliás apontam os jogadores. Não vai parar por aqui. Me parece óbvio que a gente vai ter mais gramados sintéticos no futebol brasileiro, porque entenderam que assim é mais fácil para fazer shows em estádios. Eu apenas estou constatando que o movimento dos jogadores, salutar, essencial, dificilmente vai ter eco, porque hoje no Brasil é permitido, basta passar na inspeção.
O comentarista Júnior, que estava na mesa do programa, se disse contra o gramado sintético, mas fez uma ressalva sobre o Estádio Nilton Santos, do Botafogo.
– Quem já jogou no sintético, quem já jogou no natural, sente a diferença. Eu tenho um amigo que diz que quem gosta de gramado sintético é ortopedista. Porque o que tem de intervenção cirúrgica, de cruzado, de menisco… Eu vejo que a tendência aqui, infelizmente, vai ser ir para esse lado. Acho que os jogadores têm que se juntar mesmo. Se tivesse um sindicato forte, eles teriam voz na hora de se colocar. É melhor, logicamente, você jogar num campo que seja regulado do que aqueles que são irregulares. Por exemplo, por que o pessoal do Botafogo chama de tapetinho? Porque realmente parece um tapetinho. Acho que a influência que você tem ali no jogo em si é menor do que em outros estádios – pontuou.
