Uma pergunta sobre a não utilização de Patrick de Paula nos últimos jogos do Botafogo gerou uma grande reflexão do técnico Luís Castro sobre como funciona o futebol. Ciente do momento delicado que vive a equipe, que perdeu a quarta seguida (1 a 0 para o Avaí), o treinador alvinegro disse que, como o time vem perdendo, quem está fora será sempre apontado como solução.
– Normalmente evito falar sobre o lado individual, principalmente nesse momento em que precisamos estar juntos como equipe, nesses momentos mais delicados. Nesse momento, todos aqueles que não jogaram serão sempre os melhores e os que deveriam estar em campo, o futebol vai ser sempre assim. O treinador que está aí é o pior do mundo, se viesse outro estaria ganhando os outros jogos. O futebol é assim, sempre foi assim, o dia que não for assim vai acabar o futebol. Estamos juntos na vitória, mas quando perde está tudo mal, e vai continuar assim. O que posso dizer é que todos os jogadores devem sempre trabalhar bem, desempenhar as tarefas com compromisso, respeito e coragem. Como todos o fazem, é uma questão de escolha para cada jogo – disse Luís, continuando:
– Alguns que não estiverem bem hoje já estiveram bem nos outros jogos. Quantos jogos o Oyama já fez bem? Vários, mas hoje não esteve bem. Como não esteve bem, não deveria ter jogado. Mas como falar que não deveria ter jogado se eu não colocasse em campo? O Tchê Tchê já fez bons jogos, contra o Flamengo tivemos um grande meio de campo, hoje não esteve tão bem. O Romildo todo mundo taxa como grande jogador, grande garoto, com grande técnica, qualidade no passe, mas o time perdeu, aí já não presta. Todos nós somos horríveis quando perdemos e somos fantásticos quando ganhamos.
Luís Castro também explicou as substituições e destacou a falta de peças ofensivas para mudar a partida.
– Sobre a substituição do Oyama, estávamos jogando com um volante, o segundo, que era o Tchê Tchê, estava mais adiantado e o Chay estava perto da posição 10, quase junto com o Erison. Ou tínhamos o Kayque ou o Barreto para primeiro volante e colocamos o Kayque. Depois íamos mexer com outra substituição no meio e abdicar do 10, ao colocar o Matheus Nascimento, colocamos o Chay no lado direito, no banco não tínhamos mais ninguém para nossa frente de ataque. Tudo que fôssemos mexer, não tínhamos nem pontas, nem ponta de lança. Abdicamos de um lateral-direito e deixamos o Vinicius (Lopes) atrás, colocamos o Chay na direita, quatro homens na frente, ficamos sem espaço para mais substituições. Colocamos todos os homens de ataque que tínhamos à disposição. Os que ficaram no banco são da mesma posição que optamos por substituir – explicou.