Túlio Lustosa relembra 2003 e torce por título: ‘Espero que Botafogo nunca mais visite a Série B’

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Por FogãoNET

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Túlio Lustosa em Botafogo 4 x 1 Cruzeiro | Campeonato Brasileiro 2007
Reprodução/SporTV

Muito próximo de confirmar o retorno à Série A, o Botafogo lida com a ansiedade dos momentos finais da segunda divisão. Hoje, o time enfrenta a Ponte Preta, às 19h, em Campinas, e a vitória será mais um passo na meta do ano. A dimensão do jogo está na escalação do que o técnico Enderson Moreira tem de melhor nas mãos. Inclusive pode ser a volta do meia Chay, recuperado de lesão.

Quem vivenciou esses momentos guarda até hoje o dissabor de disputar a Série B e a alegria do retorno triunfal à elite do futebol brasileiro. Um dos jogadores de maior identificação com o Botafogo nas últimas décadas, o volante Túlio se recorda de cada momento da campanha de 2003, quando o clube disputou a B pela primeira vez.

Em 2003, a situação do alvinegro, no quesito futebol, não era tão diferente da atual. Após a queda em 2002, o elenco foi praticamente reformulado. A desconfiança da torcida era grande, principalmente pela campanha ruim no Campeonato Carioca antes do início da Série B. Um roteiro que parecia ter tudo para dar errado.

— Pelo aspecto negativo, o mais marcante foi a dificuldade que enfrentamos no início. Mas, aos poucos, ao longo do campeonato, fomos encaixando até que culminou no acesso — recorda o ex-jogador, que passou o ano passado pelo clube como gerente de futebol.

Aquilo serviu de impulso para o momento que iria coroar o grupo. Num Caio Martins lotado, o time venceu o Marília no último jogo do quadrangular final por 3 a 1 e contou com o triunfo do Palmeiras sobre o Sport, em Recife. Na próxima segunda, a torcida poderá fazer o mesmo diante do Operário, desta vez no Estádio Nilton Santos.

— A torcida deu apoio do início ao fim. A gente sentia aquela vibração toda dentro de campo, tudo estava acontecendo exatamente como queríamos. O final do jogo foi emocionante.

Vitória na memória

Assim que o acesso for garantido — e quem sabe o título — é provável que histórias como as de 2003 venham à tona e passem a fazer parte da memória alvinegra. Túlio não estava na campanha do rebaixamento em 2002, por isso não entendeu quando o zagueiro e capitão Sandro quebrou a porta do vestiário no Caio Martins na festa do acesso. Gesto que ele também tinha feito no mesmo estádio no ano anterior após a derrota para o São Paulo.

— Foi uma cena marcante. Eu fui o primeiro a entrar no vestiário e, de repente, escuto uma pesada na porta e é o Sandro, nervoso. Não entendi nada, era para estar alegre. Aí, ele explicou o que tinha acontecido. Nunca saiu da memória — conta Túlio, que reconhece que ali a forte relação com o clube carioca e a torcida começou a tomar forma.

Quase duas décadas depois, a situação geral dos dois momentos do clube, no entanto, não pode ser comparada. Estruturalmente, o Botafogo de hoje é distinto daquele onde faltava até água para beber.

Túlio lembra da precariedade quando foi contratado. O Caio Martins não tinha estrutura de treinos, com vestiário e gramado em péssimas condições.

— Teve treinamento que precisávamos fazer vaquinha para comprar água mineral para beber durante o treino. Mas aquelas dificuldades uniram o time.

Por mais que a situação financeira atual exija austeridade nos gastos e também haja uma reformulação de conceito, Túlio vê um clube mais organizado para impedir um novo rebaixamento.

Espero que o Botafogo possa subir coroado com mais um título e nunca mais visite a Série B.

Fonte: O Globo Online

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