Análise: Botafogo atropela o Corinthians e se impõe técnica, tática e fisicamente

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Análise: Botafogo atropela o Corinthians e se impõe técnica, tática e fisicamente
Vitor Silva/Botafogo

Pela primeira vez na história, o Botafogo venceu os cinco primeiros jogos de uma edição de Campeonato Brasileiro. O Glorioso venceu o Corinthians por 3 a 0, placar do tamanho da superioridade sobre o adversário. A equipe ditou o ritmo e teve o controle do jogo durante toda a partida, alimentada pela confiança do ótimo momento que atravessa na temporada. Tiquinho marcou duas vezes e se isolou na artilharia do Brasileirão.

O ótimo desempenho coletivo da equipe na vitória sobre o Atlético Mineiro colocou em evidência nomes que andavam com pouca moral no clube. Marlon Freitas e Gabriel Pires aproveitaram bem a chance que tiveram e foram mantidos no meio-campo. A opção de Castro foi pela força para garantir a combatividade e pela técnica no passe longo que a dupla apresentou no último domingo. Dos poupados na última partida, Tchê Tchê seguiu no banco, enquanto Marçal, Eduardo e Tiquinho Soares voltaram ao time titular.

Análise Botafogo x Corinthians

A força que o Botafogo vem apresentando no Nilton Santos neste início de campeonato já causa adaptações nos adversários. O Corinthians veio para o Rio armado para defender e contra-atacar. Luxemburgo abriu mão de uma marcação alta, baixou as linhas de defesa para o próprio campo e cedeu a posse da bola ao Glorioso, buscando espaço para atacar em velocidade na transição. Contudo, a falta de velocidade dos paulistas foi um problema para a melhor execução da estratégia planejada. O Botafogo, com mais de 60% da posse nos primeiros dez minutos, trabalhou com paciência, circulando a bola e contando com uma movimentação intensa para encontrar brechas na defesa adversária.

Tiquinho logo surgiu como elemento chave na troca de passes alvinegra. O centroavante alia força para sustentar a pressão dos marcadores, técnica para girar sobre a marcação e uma capacidade acima da média de leitura dos espaços em campo para se posicionar no espaço vazio onde pode receber a bola e ser mais efetivo. Ao descolar-se da marcação dos zagueiros, a movimentação de Tiquinho abre espaços e é acompanhada pelos movimentos de Eduardo e do ponta do setor oposto em direção à última linha, oferecendo profundidade ao time. Movimentos coordenados proporcionam fluidez ao ataque e fazem do Botafogo um time mais imprevisível e difícil de ser marcado.

Análise Botafogo x Corinthians

Apesar de todo o bom funcionamento, o Botafogo não conseguia finalizar, e foi a partir da bola parada, arma mortal alvinegra, que a equipe abriu o placar. Aos 11 minutos, Marçal cobrou o escanteio na cabeça de Cuesta, a bola explodiu no travessão e, na sobra, Tiquinho empurrou para o gol vazio.

O gol deu tranquilidade para o Glorioso trazer o jogo para um cenário ainda mais confortável. Com menos pressão, o time trabalhou a bola sem a urgência de forçar passes e tentou atrair o adversário em busca de espaço para atacar em velocidade. O Corinthians não mostrou grande inspiração com a bola para ameaçar a defesa alvinegra e o Botafogo levou o jogo sob controle até o intervalo. As arrancadas imprevisíveis de Junior Santos incendiaram as arquibancadas e foram os lances mais agudos do primeiro tempo.

O Botafogo terminou a primeira etapa com 322 passes completados, número superior ao total de passes nos 90 minutos dos quatro jogos anteriores. Além disso, o ótimo aproveitamento de 90% de acerto nos passes e os 57% de posse de bola sustentaram uma primeira metade de jogo sem sustos para o Alvinegro.

O segundo tempo trouxe um Corinthians ligeiramente diferente, procurando ser mais ativo no campo de ataque. Os paulistas conseguiram até ficar mais com a bola, mas mostraram poucas ideias do que fazer com ela. O Botafogo teve, enfim, o espaço para contra-atacar e ferir a defesa adversária com velocidade. Se o adversário teve dificuldades para criar situações de gol, o Glorioso soube muito bem o que fazer na transição ofensiva.

Aos 16 minutos da etapa final, 18 segundos separaram uma cobrança de falta de Roger Guedes do contato de Cássio em Junior Santos que resultou na marcação de um pênalti. O contra-ataque teve participação de Gabriel Pires, esperto para segurar e conduzir a bola pelo tempo necessário até a passagem de Junior em velocidade. Na cobrança de pênalti, Tiquinho bateu com firmeza no canto e marcou o seu segundo gol no jogo. Quinto gol do centroavante, artilheiro do campeonato e o jogador com mais participações diretas (cinco gols e duas assistências) em gols.

Castro renovou o fôlego nas pontas substituindo Junior Santos e Victor Sá por Matías Segovia e Luis Henrique. Depois, Tchê Tchê entrou no lugar de Gabriel Pires. Em uma de suas primeiras ações no jogo, Tchê Tchê, tal qual Clodoaldo na final da Copa de 1970, deu início à jogada de um golaço, escapando da pressão com dribles no campo de defesa. O volante ainda se apresentou para levar a bola ao ataque, abriu com Segovia na direita que, de primeira, deixou Eduardo na cara do gol para marcar o terceiro. Uma aula de construção coletiva a partir de desmarcações, passes rápidos e ataque ao espaço.

Análise Botafogo x Corinthians

O Botafogo viaja até Goiás onde enfrenta o Esmeraldino no domingo (14), às 18h30. Os goianos estão na zona de rebaixamento com apenas três pontos e já acumulam quatro derrotas em cinco jogos no Brasileirão.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 53% x 47% COR
Passes certos – BOT 543 (90%) x 463 (88%) COR
Finalizações – BOT 16 (6 no gol) x 12 (4) COR
Defesas do goleiro – BOT 4 x 3 COR
Gols esperados (xG) – BOT 2.54 x 0.57 COR
Finalizações dentro da área – BOT 7 x 7 COR
Grandes chances de gol – BOT 3 x 0 COR
Grandes chances perdidas – BOT 0 x 0 COR
Desarmes – BOT 10 x 20 COR
Interceptações – BOT 10 x 7 COR
Cortes – BOT 13 x 9 COR
Disputas de bola vencidas – BOT 37 x 50 COR
Disputas aéreas vencidas – BOT 10 x 8 COR
Cruzamentos – BOT 3/13 (23%) x 1/13 (8%) COR
Bolas longas – BOT 31/47 (66%) x 16/31 (52%) COR
Dribles – BOT 12/24 (50%) x 10/17 (59%) COR
Perdas de posse de bola – BOT 109 x 102 COR
Faltas – BOT 12 x 5 COR
Cartões amarelos – BOT 1 x 2 COR

Fonte: Redação FogãoNET

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