Análise: Botafogo cria pouco e deixa o campo sem acertar o gol na derrota para o Atlético-MG

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Blog da Redação

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Elenco em Atlético-MG x Botafogo | Campeonato Brasileiro 2023
Reprodução/Premiere

Depois da parada para as datas FIFA, o Botafogo voltou a apresentar um desempenho decepcionante. Em Belo Horizonte, o Glorioso perdeu para o Atlético-MG por 1 a 0. Em jogo marcado por muitos erros de lado a lado, o Alvinegro teve problemas ofensivos e não finalizou no alvo uma única vez. Das sete finalizações da equipe, seis foram de fora da área, reflexo da dificuldade em criar ocasiões de gol. Principais referências técnicas do time foram mal e não conseguiram fazer a diferença em campo.

Bruno Lage trouxe Júnior Santos como novidade na escalação titular. Depois de um início forte de campeonato, o atacante sofreu uma queda brusca de confiança e perdeu espaço no time na sequência de atuações pouco inspiradas. Mesmo sem recuperar o bom futebol, Júnior segue como alternativa para um jogo mais físico, de apoio na fase defensiva e velocidade na transição ofensiva. Di Placido também voltou à equipe titular no lugar de JP, enquanto Tchê Tchê substituiu o suspenso Gabriel Pires.

Análise Atlético-MG x Botafogo

Primeiro tempo

No segundo jogo da história da Arena MRV, o Botafogo começou bem, valorizando a posse de bola e controlando bem as investidas do ataque adversário. Não fosse o péssimo estado do gramado, seria possível dizer que o time se sentiu em casa. Sem Gabriel Pires, Marlon Freitas assumiu a função de principal passador do meio-campo alvinegro. O volante precisou de apenas quatro minutos para distribuir o primeiro lançamento perfeito na direção de Júnior Santos, mas o atacante dominou mal e perdeu a chance de finalizar.

O Glorioso concentrou jogadores no lado esquerdo do campo e por ali construiu a maior parte das jogadas de ataque. Nesse cenário, a diagonal da faixa direita para o centro de Júnior Santos surgiu como a melhor opção de ataque em profundidade do time. A falta de refinamento técnico de Júnior foi um obstáculo para a equipe aproveitar melhor essa situação. No lado esquerdo, Victor Sá ficou preso ao corredor, teve dificuldade para encontrar espaço e participou pouco do jogo. Tiquinho também buscou envolvimento no setor, mas teve dificuldade no enfrentamento com os marcadores e perdeu muitas bolas.

O Botafogo caiu de rendimento na metade final do primeiro tempo, quando o Atlético conseguiu colocar um pouco mais de velocidade em seu jogo. Sem subir as linhas na marcação, os mineiros congestionaram o campo de defesa e mataram a saída de bola alvinegra não pela pressão, mas pela falta de opções de passe. Eduardo apareceu pouco na partida e terminou o primeiro tempo como o jogador que menos tocou na bola (19 vezes), embora tenha acertado todos os 15 passes que tentou. O meia chegou a recuar para ajudar na construção, mas impactou pouco no jogo.

O primeiro tempo não terminou pior para o Glorioso porque o Galo também não foi capaz de ser agudo no ataque. Os donos da casa só conseguiram acertar o gol em duas cobranças de falta, enquanto o Botafogo não acertou nenhuma finalização nos 45 minutos iniciais. No geral, os erros foram destaque negativo de lado a lado. Mesmo nos momentos de maior controle das ações em campo, faltou criatividade para os dois times e ninguém chegou perto de abrir o placar.

Segundo tempo

O Botafogo voltou do intervalo com a notícia ruim da lesão de Lucas Perri. O goleiro, que trombou com Alan Kardec durante o primeiro tempo, sentiu a lombar no vestiário e foi substituído por Gatito. O paraguaio provou que pode substituir o titular à altura aos 11 minutos, quando, numa rara troca de passes e movimentações, Paulinho saiu frente a frente e parou no goleiro alvinegro. Ainda que sem imprimir uma pressão incisiva, o Atlético conseguiu criar ao menos duas boas oportunidades de finalização.

Lage mexeu pela primeira vez aos 22 minutos, trocando Júnior Santos e Tiquinho por Luis Henrique e Diego Costa. Pouco depois, foi a vez de Victor Sá dar lugar a Matías Segovia. Diego procurou sustentar a posse na referência do ataque, função que Tiquinho Soares não conseguiu executar. O centroavante deixou o campo com duas disputas de bola vencidas em oito e 15 perdas de posse de bola. Já a troca dos pontas foi a esperança de criar algo diferente com base na individualidade dos jogadores.

O Glorioso continuou fazendo muita força para chegar ao ataque no segundo tempo e só encontrou espaço para chutar a gol de longa distância. A primeira finalização que exigiu uma defesa de Everson foi de Luis Henrique aos 26 minutos (não foi registrada como finalização certa porque o chute iria para fora). O time manteve a maior posse de bola e o alto índice de aproveitamento nos passes, mas teve muita dificuldade em criar desequilíbrios no sistema defensivo adversário. O resultado foram muitos passes curtos de circulação de bola e poucos passes de ruptura.

A monotonia do jogo que caminhava para o 0 a 0 foi interrompida aos 35 minutos da etapa final. O combo linha alta mais pressão frouxa no homem da bola criou a situação do gol que decidiu o encontro. Pedrinho recebeu no meio-campo e contou com a passividade da marcação alvinegra para ter todo o espaço e tempo necessário para ver o deslocamento de Paulinho e executar o lançamento sem ser incomodado. Paulinho atacou o meio-espaço entre Di Placido e Adryelson, levou a melhor e conseguiu finalizar na saída de Gatito.

Lage trocou Janderson por Di Placido, deslocando Tchê Tchê para a lateral, mas o Botafogo não teve forças para buscar o empate. Diego Costa até chegou a marcar aos 44 minutos, em lance anulado por impedimento.

Análise Atlético-MG x Botafogo

O Botafogo segue na estrada e vai enfrentar o Corinthians na Neo Química Arena, na próxima sexta-feira (22), às 20h. Em 14º lugar, os paulistas não vencem há quatro jogos no Brasileirão. Como mandantes, registram quatro vitórias, cinco empates e uma derrota em dez jogos.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – CAM 41% x 59% BOT
Passes certos – CAM 309 (82%) x 477 (88%) BOT
Finalizações – CAM 13 (6 no gol) x 7 (0) BOT
Gols esperados (xG) – CAM 1.27 x 0.13 BOT
Finalizações dentro da área – CAM 7 x 1 BOT
Grandes chances criadas – CAM 2 x 0 BOT
Grandes chances perdidas – CAM 1 x 0 BOT
Cruzamentos – CAM 5/16 (31%) x 4/21 (19%) BOT
Bolas longas – CAM 21/52 (40%) x 19/39 (49%) BOT
Desarmes – CAM 15 x 11 BOT
Interceptações – CAM 9 x 9 BOT
Cortes – CAM 13 x 14 BOT
Disputas de bola vencidas – CAM 49 x 39 BOT
Disputas aéreas vencidas – CAM 19 x 15 BOT
Faltas – CAM 11 x 13 BOT
Cartões amarelos – CAM 2 x 1 BOT

Fonte: Redação FogãoNET

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