Análise: Botafogo cria pouco, finaliza mal e desperdiça chance de vencer Goiás

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Análise: Botafogo cria pouco, finaliza mal e desperdiça chance de vencer Goiás
Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo perdeu a invencibilidade de 15 jogos na temporada. Em noite pouco inspirada, o Glorioso perdeu por 2 a 1 para o Goiás no Estádio Hailé Pinheiro. O Alvinegro até foi superior no primeiro tempo e conseguiu abrir o placar com Tiquinho Soares, mas não conseguiu acompanhar o ritmo imposto pelos goianos na segunda etapa e levou a virada. O aproveitamento nas finalizações foi um destaque negativo: das 17 finalizações, apenas duas foram na direção do gol.

Luís Castro fez algumas mudanças no time titular. Victor Cuesta cumpriu suspensão automática e foi substituído por Luis Segovia. No meio-campo, depois de ótimas atuações saindo do banco nas últimas partidas, Tchê Tchê ganhou nova oportunidade entre os onze. Outro que voltou a receber chance como titular foi Gustavo Sauer. Junior Santos foi poupado antes do confronto com o Athletico pela Copa do Brasil. A escalação indicou uma equipe formada para ter mais alternativas de criação com a posse, a partir de um jogo de mais aproximações e trocas de passes rápidas.

Análise Goiás x Botafogo

As dinâmicas de movimentação com a presença de Sauer em campo tornam o Botafogo um time mais imprevisível. Com frequência, o ponta busca a faixa central, arrasta a marcação e troca de posição com Eduardo, que aproveita o espaço criado para atacar a linha de fundo. Tchê Tchê avança e se torna mais um meia que sonda brechas nas entrelinhas para receber a bola em zonas avançadas em condições de criar lances de perigo. Neste cenário, a faixa esquerda com Marçal e, especialmente, Victor Sá, é o lado da definição das jogadas, onde a bola chega em situações de finalização ou cruzamento.

O Botafogo começou o jogo impondo sua superioridade técnica sobre o adversário, trabalhando a bola no campo de ataque, encontrando espaços no deficiente sistema defensivo do adversário e definindo o ritmo do jogo. O time, no entanto, não conseguiu transformar as boas trocas de passe e a presença no campo ofensivo em chances de gol. Do outro lado, o Goiás foi um time dedicado. Se faltou organização e recursos técnicos, a pressão da torcida no Estádio da Serrinha fez o time competir pela garra. Aos 20 minutos, na primeira finalização do Esmeraldino, o lateral-esquerdo Sander teve boa chance e parou em Lucas Perri.

O Glorioso assustou em um chute de fora da área de Gustavo Sauer, aos 12 minutos, que passou rente ao pé da trave direita defendida por Marcelo Rangel. Contudo, os jogadores tiveram dificuldade no terço final do campo para atacar a última linha de defesa em profundidade ou conseguir tabelas explorando Tiquinho no pivô. Rodando a bola, trabalhando com paciência nas imediações da área do adversário a equipe criou o lance que resultou na marcação de um pênalti sobre Sauer. Após demorada consulta ao vídeo para a confirmação, aos 32 minutos, Tiquinho cobrou a penalidade e marcou seu sexto gol no campeonato.

O Goiás se descontrolou emocionalmente com o gol sofrido, mas o Botafogo não conseguiu aproveitar a instabilidade do adversário para ampliar a vantagem. Das dez finalizações alvinegras no primeiro tempo, apenas o pênalti cobrado por Tiquinho foi em direção ao gol. Sem perder o ímpeto, o time da casa chegou ao empate já nos acréscimos do primeiro tempo. Após falta cobrada na área, Tchê Tchê não disputou o rebote com Zé Ricardo, a bola voltou para a área e Bruno Melo bateu na saída de Perri.

Sem alterações no intervalo, o Botafogo voltou em outro ritmo na segunda etapa. Focado, foi o Goiás quem passou a definir a velocidade do jogo e o Alvinegro não conseguiu acompanhar. Com Maguinho e Alesson espetados como pontas, o Esmeraldino colocou pressão sobre a última linha de defesa e matou a saída de bola. Logo aos dois minutos, o primeiro susto em um gol Alesson bem anulado por impedimento. Rapidamente, Castro percebeu que o time não conseguia competir e colocou Junior Santos no lugar de Gustavo Sauer para criar um corredor de escape pelo lado direito.

Ainda assim, o Goiás virou o jogo aos 11 minutos do segundo tempo. Trocando passes com velocidade pelo lado esquerdo, sempre com verticalidade, a bola chegou em Matheus Peixoto dentro da área. Luis Segovia foi mal na marcação, o centroavante girou sem dificuldades e cruzou para Maguinho completar para o gol vazio na segunda trave. Castro tentou adicionar mais qualidade na criação com a entrada de Lucas Fernandes na vaga de Tchê Tchê. Luis Henrique substituiu Victor Sá para renovar o gás no lado esquerdo do ataque alvinegro.

O Glorioso conseguiu frear a agressividade dos goianos e voltou a ter volume de jogo a partir dos 20 minutos. A primeira finalização do time no segundo tempo saiu apenas aos 26, em cobrança de falta de Lucas Fernandes. O Goiás cansou, perdeu a saída de contra-ataque e o Botafogo empurrou o adversário contra a própria área, mas seguiu com problemas para criar oportunidades reais de gol. Das sete finalizações do time na etapa final, cinco foram de fora da área.

A última aposta de Luís Castro foi em Carlos Alberto no lugar de Segovia. Di Placido, Adryelson e Marçal compuseram a linha de defesa, com Carlos Alberto e Luis Henrique como alas bem ofensivos – na prática, pouco trabalharam defensivamente. Junior Santos saiu da ponta para formar uma dupla de ataque com Tiquinho. O time continuou sem tramar jogadas ofensivas e passou a apelar para cruzamentos sem critério. Marlon Freitas desperdiçou a melhor chance de empate, aos 35 minutos, em finalização mascada da entrada da área.

Análise Goiás x Botafogo

O Botafogo agora volta os esforços para enfrentar o Athletico Paranaense pela Copa do Brasil, na Arena da Baixada, na quarta-feira (17). O Furacão vem de quatro vitórias seguidas e registra 12 vitórias e três empates como mandante em 2023.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – GOI 47% x 53% BOT
Passes certos – 268 (78%) x 301 (77%) BOT
Gols esperados (xG) – GOI 1.90 x 1.54 BOT
Finalizações – GOI 7 (5 no gol) x 17 (2) BOT
Finalizações para fora – GOI 2 x 10 BOT
Chutes travados – GOI 0 x 5 BOT
Finalizações dentro da área – GOI 5 x 8 BOT
Grandes chances – GOI 3 x 1 BOT
Grandes chances perdidas – GOI 1 x 0 BOT
Defesas do goleiro – GOI 1 x 2 BOT
Desarmes – GOI 22 x 17 BOT
Interceptações – GOI 7 x 7 BOT
Cortes – GOI 24 x 20 BOT
Cruzamentos – GOI 1/19 (5%) x 5/23 (23%) BOT
Bolas longas – GOI 20/44 (45%) x 22/53 (42%) BOT
Dribles – GOI 10/18 (56%) x 12/24 (50%) BOT
Disputas de bola vencidas – GOI 68 x 65 BOT
Disputas aéreas vencidas – GOI 18 x 16 BOT
Faltas – GOI 23 x 18 BOT
Cartões amarelos – GOI 6 x 3 BOT

Fonte: Redação FogãoNET

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