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Análise: Botafogo tem dificuldade de impor estilo vertical contra Cuiabá, abusa de cruzamentos e para em goleiro adversário

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Blog da Redação

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Análise: Botafogo tem dificuldade de impor estilo vertical contra Cuiabá, abusa de cruzamentos e para em goleiro adversário
Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo chegou ao quarto jogo seguido sem vitórias como mandante no Brasileirão. A derrota por 1 a 0 para o Cuiabá aumentou a pressão sobre o time antes do confronto direto contra o vice-líder Palmeiras na próxima rodada. O Glorioso finalizou 32 vezes na partida, mas teve poucas oportunidades claras e sofreu o gol na única finalização do adversário na direção do gol. O Alvinegro sofreu para encontrar brechas no bloqueio defensivo adversário e foi muito dependente dos cruzamentos para tentar balançar as redes.

O Botafogo teve uma única mudança em relação ao time que começou o jogo contra o Athletico. Suspenso, Victor Sá deu lugar a Luis Henrique no lado esquerdo do ataque alvinegro. Embora sejam dois pontas destros que jogam pelo lado esquerdo, há uma diferença de estilos e no que os jogadores acrescentam ao time. Victor é mais tático, objetivo e consistente; Luis é melhor no um contra um e torna a equipe mais imprevisível.

Titular pela 11ª vez no Brasileirão, Luis Henrique tem a segundo maior média de dribles por jogo (1,6) do time, com aproveitamento de 68% (o melhor entre os jogadores com média superior a um drible por jogo) e a segunda maior frequência de gols, com quatro gols e uma média de 42 minutos jogados por partida, balançando a rede a cada 273 minutos de bola rolando (Tiquinho é o líder com um gol a cada 116 minutos).

Primeiro tempo

Um confronto duro contra o Cuiabá já era esperado. O Dourado veio ao Nilton Santos com a sétima melhor campanha como visitante do campeonato, com seis vitórias, um empate e sete derrotas em 14 jogos. A estratégia do Cuiabá no começo do jogo teve o nítido objetivo de frear a pressão inicial do Botafogo. O adversário valorizou cada oportunidade de interromper a partida, irritando jogadores, comissão técnica e a torcida. Com a bola rolando, os visitantes não se incomodaram em trocar passes curtos entre seus zagueiros para tirar a velocidade do jogo e procurar atrair a marcação a fim de criar espaço para os lançamentos.

O plano alvinegro para acelerar e incendiar o jogo era “bola no Júnior Santos”. Com a confiança elevada, o atacante levou a melhor sobre a marcação e foi a principal alternativa no ataque. Como o lado direito era onde o time iniciava e buscava a conclusão das jogadas, Di Placido e Júnior foram os dois jogadores com mais ações com a bola na equipe na primeira metade da etapa inicial. A maior dificuldade do Glorioso foi envolver Eduardo e Tiquinho mas tramas ofensivas.

O Botafogo conseguiu finalizar no primeiro tempo (16 finalizações), mas demorou a criar ocasiões de gols em jogadas trabalhadas. Aos 30 minutos, Luis Henrique encontrou Tiquinho no pivô e recebeu de volta para exigir boa defesa de Walter em finalização da entrada da área. Seis minutos depois, foi a vez de Júnior Santos e Eduardo combinarem no lado direito e o meia para novamente no goleiro adversário, na melhor chance de gol da primeira etapa.

Depois de um início com dificuldades de impor seu estilo de jogo, o Botafogo cresceu e dominou os 15 minutos finais do primeiro tempo. A equipe conseguiu aliar o controle da posse de bola (62%) com a verticalidade necessária para atacar a área. Lucio Flavio chegou a inverter o posicionamento de Júnior Santos e Luis Henrique para criar desencaixes na organizada defesa adversária. Foram seis finalizações somente nos acréscimos, além de um gol anulado de Cuesta por um leve toque de mão na bola.

Segundo tempo

A manutenção do 0 a 0 no placar aumentou a sensação de nervosismo e angústia no Nilton Santos. Para manter o nível de atuação do final da primeira etapa, o Botafogo voltou do intervalo sem alterações. E o cenário do jogo continuou o mesmo até os sete minutos, quando Luis Henrique foi displicente e perdeu a bola no ataque, dando origem a um contra-ataque. Lucas Perri foi esperto para cobrir a defesa, mas falhou ao afastar a bola em cima de Pitta. O centroavante ainda ganhou de Di Placido na velocidade para completar para o gol vazio.

Em desvantagem, a resposta de Lucio Flavio foi imediata. Trocou Luis Henrique por Matías Segovia. A mudança trouxe Júnior Santos para o lado esquerdo, enquanto o paraguaio foi para a ponta direita. O duelo ganhou ares de ataque contra defesa, com o Glorioso alcançando mais de 70% de posse de bola. No entanto, o acabamento das jogadas foi um problema, conforme o tempo passava e a pressão aumentava.

Sem conseguir “amassar” o adversário em busca do empate, Hugo e Janderson foram as opções para aumentar a presença alvinegra na área. Hugo substituiu Marçal, bastante vaiado em nova atuação discreta do lateral. Janderson entrou no lugar de Eduardo para formar uma dupla de ataque com Tiquinho. Com os dois centroavantes altos na área, o Botafogo encontrou nos cruzamentos a alternativa para tentar o gol. Foram 45 cruzamentos no total, sendo 27 no segundo tempo.

O goleiro Walter foi o grande nome do jogo. Com nove defesas no jogo e um milagre para evitar o gol de Tiquinho aos 46 minutos.

O Botafogo recebe o Palmeiras na próxima quarta-feira (1), às 21:30h, no Nilton Santos. Depois de uma sequência de quatro derrotas, o Alviverde emendou três vitórias consecutivas para se reabilitar no campeonato. Seis pontos separam as equipes na classificação do Brasileirão.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 67% x 33% CUI
Passes certos – BOT 513 (89%) x 216 (75%) CUI
Finalizações – BOT 32 (9 no gol) x 6 (1) CUI
Gols esperados (xG) – BOT 1.93 x 1.09 CUI
Finalizações dentro da área – BOT 17 x 2 CUI
Grandes chances de gol – BOT 1 x 1 CUI
Grandes chances perdidas – BOT 1 x 0 CUI
Defesas do goleiro – BOT 0 x 9 CUI
Cruzamentos – BOT 18/45 (40%) x 1/9 (11%) CUI
Bolas longas – BOT 35/49 (71%) x 28/69 (41%) CUI
Desarmes – BOT 14 x 19 CUI
Interceptações – BOT 4 x 5 CUI
Cortes – BOT 10 x 30 CUI
Disputas de bola vencidas – BOT 63 x 56 CUI
Disputas aéreas vencidas – BOT 24 x 21 CUI
Dribles – BOT 12/21 (57%) x 7/11 (64%) CUI
Faltas – BOT 12 x 17 CUI
Cartões amarelos – BOT 1 x 5 CUI

Fonte: Redação FogãoNET

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