Análise: Botafogo dominante anula o Fluminense, vence o clássico e segue líder merecidamente no Brasileirão

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Blog da Redação

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Luís Castro em Botafogo x Fluminense | Campeonato Brasileiro 2023
Reprodução/Premiere

O Botafogo foi superior e venceu o Fluminense no Nilton Santos por 1 a 0. Em jogo que valia a liderança do Brasileirão, o Glorioso foi dominante e impôs uma pressão defensiva intensa que limitou o rival a apenas três finalizações em toda a partida. Segundo melhor ataque do campeonato com 14 gols, o Alvinegro espantou qualquer sinal de instabilidade e segue líder com 18 pontos conquistados em 21 possíveis.

A escalação de Rafael na lateral-direita foi a novidade agridoce da escalação inicial. Recuperado de lesão na coxa, o lateral substituiu Di Placido com a tarefa de não cometer os erros defensivos recorrentes do argentino, mas entrou em campo carregando o fardo de ter sido expulso nos últimos dois clássicos que disputou. Poupado no jogo de quarta-feira, Eduardo retornou ao meio-campo. Nas pontas, Luís Castro optou por repetir a escalação de Junior Santos e Luis Henrique.

A partida marcou o confronto do Botafogo da menor posse de bola média do campeonato (40,5%) contra o Fluminense, time que mais teve a bola nas primeiras seis rodadas (63,2%). Em janeiro, pela quarta rodada do Campeonato Carioca, o Glorioso venceu o rival por 1 a 0, no Maracanã, com apenas 32% de posse de bola.  Em estágio mais avançado de evolução coletiva, com o gramado sintético do Nilton Santos a favor, Castro preparou a equipe para atuar como se sente mais confortável, com transições rápidas pelas laterais buscando a definição das jogadas em poucos toques. Junior Santos foi peça importante do time, sempre com velocidade e verticalidade pela direita.

Na defesa, o Botafogo subiu as linhas para sufocar a saída de bola tricolor e conseguiu limitar o jogo de troca de passes do adversário. Por mais que o Fluminense tivesse a bola por mais tempo, a maior parte desta posse ficou concentrada na intermediária defensiva e  o time não conseguiu avançar no campo com fluidez. O número baixo de finalizações – apenas duas, ambas para fora – e situações de gol da equipe das Laranjeiras foi reflexo desta dificuldade imposta pelo sistema defensivo alvinegro.

Já o Glorioso avançava no campo de ataque com mais naturalidade e, embora não tenha tido uma chance clara de gol no primeiro tempo, finalizou mais vezes. Enquanto o Botafogo conseguiu um chute a cada 12,1 passes trocados no primeiro tempo, o Fluminense finalizou uma vez a cada 143,5 passes. Uma dinâmica que se repetiu no ataque alvinegro foi a concentração de jogadores pela esquerda, com as subidas de Marçal e Gabriel Pires, a aproximação de Eduardo e Tiquinho procurando jogo com Luis Henrique atraindo, assim, o balanço defensivo para essa faixa e gerando espaço para Junior Santos no um contra um. O ponta foi o jogador que mais finalizou na primeira etapa com dois chutes defendidos e um travado.

Rafael voltou a sentir dores e deixou o jogo no intervalo substituído por Di Placido. O Botafogo manteve o ritmo e a intensidade defensiva no segundo tempo para seguir anulando as principais virtudes do adversário. A pressão alvinegra conseguiu provocar mais erros de passe, o que derrubou o aproveitamento tricolor e ocasionou em mais recuperações de posse. O Glorioso teve mais a bola no segundo tempo, seguiu finalizando mais e o jogo continuou sendo disputado na metade de campo do Tricolor.

A falta de alternativas ofensivas do Fluminense fez o Botafogo tomar conta do jogo. Com um meio-campo muito dinâmico em que Tchê Tchê e Gabriel Pires circulam bastante e participam da construção em diferentes setores, o Glorioso foi ocupando o campo de ataque e se tornando mais perigoso. O ótimo aproveitamento nos cruzamentos foi um trunfo alvinegro para enfileirar finalizações no segundo tempo. Aos 28 minutos, o Alvinegro somava oito finalizações contra nenhuma do rival no segundo tempo.

Foi quando Junior Santos soltou a bomba de longe e exigiu grande defesa de Fábio jogando para escanteio. Na cobrança, após bate-rebate na área, Cuesta, sentado, completou para o gol e abriu o placar para o Botafogo. Mais uma vez, a bola parada resolve um jogo complicado para o Glorioso. Se por muitas vezes essa foi a única alternativa para tirar o time do sufoco, hoje foi uma das armas apresentadas pelo time que foi superior ao rival em todos aspectos do jogo.

O Botafogo voltou a provar que tem o antídoto ao aclamado jogo praticado pelo Fluminense de Fernando Diniz. Venceu o jogo com 34% da posse de bola e sete vezes mais finalizações. A entrega física dos jogadores também espantou a insegurança sobre as condições dos principais jogadores durante a maratona de jogos. Os alvinegros correram durante os mais de 90 minutos, mantendo a marcação alta e anulando as saídas tricolores.

O Glorioso agora viaja para o Peru para enfrentar o Universidad César Vallejo pela Copa Sul-Americana. Uma vitória pode encaminhar a classificação alvinegra para a próxima fase.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 34% x 66% FLU

Passes certos – BOT 214 (79%) x 473 (88%) FLU

Finalizações – BOT 21 (7 no gol) x 3 (0) FLU

Gols esperados (xG) – BOT 1.66 x 0.93 FLU

Finalizações dentro da área – BOT 13 x 3 FLU

Grandes chances de gol – BOT 1 x 1 FLU

Grandes chances perdidas – BOT 0 x 1 FLU

Defesas do goleiro – BOT 0 x 6 FLU

Desarmes – BOT 19 x 16 FLU

Interceptações – BOT 9 x 5 FLU

Cortes – BOT 18 x 19 FLU

Disputas de bola vencidas – BOT 54 x 66 FLU

Disputas aéreas vencidas – BOT 15 x 11 FLU

Cruzamentos – BOT 10/21 (48%) x 3/13 (23%) FLU

Bolas longas – BOT 18/45 (40%) x 18/32 (56%) FLU

Dribles – BOT 6/15 (40%) x 15/25 (60%) FLU

Faltas – BOT 24 x 14 FLU

Cartões amarelos – BOT 4 x 2 FLU

Fonte: Redação FogãoNET

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