Venceu e convenceu. O Botafogo enfrentou o lanterna Boavista e fez o que se esperava: goleada por 4 a 0 e a melhor atuação de 2023 até o momento. Os gols foram marcados por Tiquinho Soares (2), Victor Sá e Patrick de Paula. Depois de rodar o elenco no empate com o Nova Iguaçu, o treinador Luís Castro escalou o time considerado titular para enfrentar a equipe de Saquarema. Com 13 pontos, o Glorioso é o vice-líder do Campeonato Carioca.
Nesse início de temporada, as pontas são as maiores incertezas no time alvinegro. No lado esquerdo, Victor Sá tem recuperado a confiança e vem postulando o protagonismo necessário para substituir Jeffinho como alternativa de velocidade e jogador que cria desequilíbrios a partir do drible. No lado direito, as dúvidas são maiores. Lucas Piazon começou seu terceiro jogo como titular no campeonato. O bom desempenho tático na vitória sobre o Fluminense agradou e o meia somou pontos com o treinador.
O Botafogo começou o jogo colocando em prática uma das características mais marcantes do trabalho de Castro no comando da equipe, a pressão alta e a recuperação de bola no campo de ataque, próximo ao gol adversário. Logo aos três minutos, o time pressionou a saída do Boavista e forçou o lançamento. Gabriel Pires interceptou o passe longo, Tiquinho brigou pela posse, saiu frente a frente com o goleiro e soltou a bomba de direita para abrir o placar. O Glorioso posicionou sete jogadores no campo ofensivo para pressionar e fechar as linhas de passe.
No meio-campo, Gabriel Pires e Marlon Freitas cumpriram funções complementares. Gabriel recuou para jogar na base da jogada, próximo de Tchê Tchê, onde contribui com sua qualidade no passe e visão de jogo para a fluidez na construção ofensiva do time. Contratado para esta temporada, Marlon ainda busca entrosamento, o melhor entendimento do funcionamento da equipe e das características dos companheiros. Chegando de trás, o volante soma-se ao ataque para dar mais opções na linha de ataque, por vezes sendo o jogador mais avançado do time.
O Botafogo sobrava em campo e controlava completamente as ações. Com 72% de posse de bola nos primeiros 20 minutos de jogo, o Alvinegro chegou ao segundo gol antes da parada técnica. Passe esperto de Gabriel Pires para Victor Sá, cavada bonita do camisa sete que encontrou Tiquinho nas costas da defesa. O centroavante matou no peito, teve muita tranquilidade para esperar a definição do goleiro e finalizou colocado no canto direito.
Fragilidades do adversário à parte – o Boavista é o lanterna e único time que ainda não venceu no Cariocão -, o Botafogo teve o mérito de fazer uma atuação dominante e se impor sobre um adversário inferior em todos os aspectos do jogo. Em momento algum do primeiro tempo, o time tirou o pé do acelerador e sentou sobre a vantagem para o tempo passar. Pelo contrário, manteve o ritmo alto, a intensidade na troca de passes e a concentração defensiva. Lucas Piazon e Gabriel Pires tiveram ótimas oportunidades de ampliar o placar, mas foi Victor Sá quem marcou o terceiro. Após cobrança de escanteio cortada pelo goleiro Fernando, Victor pegou o rebote na meia-lua e de primeira concluiu para o gol vazio.
Os números refletem a grande atuação do Glorioso na primeira etapa: 68% da posse de bola, 315 passes trocados com 94% de acerto e dez finalizações. Além disso, mesmo passando a maior parte do tempo com a bola, o time venceu a disputa por desarmes e interceptações. Foram oito desarmes e cinco interceptações, totalizando 13 retomadas de posse de bola. O Botafogo não apenas jogou muito bem como também impediu que o Boavista jogasse.
Com a vitória praticamente definida já no intervalo, o jogo mudou de cara no segundo tempo. No Boavista, o treinador Leandrão tentou subir suas linhas de marcação para diminuir a liberdade que o meio-campo alvinegro teve para trocar passes e construir o jogo. O posicionamento abriu caminho para o Botafogo atacar em profundidade, a partir de lançamentos. Nos dez minutos iniciais da etapa final, o Alvinegro acertou quatro lançamentos, o mesmo número de acerto em todo o primeiro tempo.
Já sem a pressão pelo resultado, o jogo virou uma boa oportunidade para oferecer tempo de jogo para jogadores que buscam sequência e retomada de confiança. Castro mexeu aos 12 minutos com as entradas de Patrick de Paula e Gustavo Sauer substituindo Marlon Freitas e Piazon. Patrick aproveitou bem a chance e marcou o quarto gol aos 24 minutos, em um lindo voleio depois de tabelar com Tiquinho Soares.
No decorrer do segundo tempo, o Botafogo seguiu pressionando bem a bola e subindo, eventualmente, para marcar no campo de ataque. Com alguns jogadores dando sinais de cansaço, entraram JP Galvão, Luis Henrique e Matheus Nascimento para manter o ritmo até o final do jogo. Os substituídos, Gabriel Pires, Victor Sá e Tiquinho, foram os principais destaques da partida.
No próximo sábado (11/02), às 18h, o Botafogo vai enfrentar o Bangu no Estádio Luso-Brasileiro. Com três vitórias, três empates e apenas uma derrota em sete jogos, o Alvirrubro do treinador Felipe é uma das sensações do Carioca e luta por classificação para as semifinais.
Números do jogo: (Footstats)
Posse de bola – BOA 39% x 61% BOT
Passes certos – BOA 250 (91%) x 504 (95%) BOT
Finalizações – BOA 8 (2 no gol) x 16 (5) BOT
Cruzamentos – BOA 1/11 (9%) x 2/26 (8%) BOT
Lançamentos – BOA 11/34 (32%) x 11/31 (36%) BOT
Desarmes – BOA 8 x 15 BOT
Interceptações – BOA 2 x 7 BOT
Rebatidas – BOA 43 x 18 BOT
Dribles – BOA 8/9 (89%) x 2/3 (67%) BOT
Perdas de posse de bola – BOA 30 x 21 BOT
Faltas – BOA 6 x 23 BOT
Cartões amarelos – BOA 0 x 2 BOT