O Botafogo recebeu o Bahia no Nilton Santos e venceu por 3 a 0, com dois gols de Diego Costa e um de Luis Henrique. Depois de abrir o placar cedo, o Glorioso até passou por momentos de aperto, mas voltou a mostrar que é difícil de ser batido ao sair sem sofrer gols pela 13ª vez no Campeonato Brasileiro. No ataque, a equipe resolveu o jogo com retomadas de bola no campo ofensivo e contra-ataques. Em 11 jogos como mandante na competição, o time registra 11 vitórias, 26 gols marcados e apenas três sofridos.
Bruno Lage teve quatro desfalques para montar a equipe. Di Placido e Tchê Tchê cumpriram suspensão automática, enquanto Marçal e Tiquinho Soares seguem tratamento para se recuperarem de lesões. Entrando aos poucos no time em busca da melhor forma física, Diego Costa começou uma partida pelo Botafogo pela primeira vez. O centroavante havia jogado 16 minutos contra o São Paulo e todo o segundo tempo contra o Defensa y Justicia. Matías Segovia foi outra novidade, escalado como titular pela primeira vez no Brasileirão.
Testado no jogo da Copa Sul-Americana, JP foi mantido na lateral direita. Na esquerda, Hugo vem se consolidando como opção e acumula 16 partidas como titular desde o final do estadual. Autor do gol no empate na última quarta-feira, Gabriel Pires ganhou nova oportunidade como titular no meio-campo.
Primeiro tempo
Não demorou para Diego Costa provocar impacto no jogo. Em apenas quatro minutos de bola rolando, o Botafogo abriu o placar ao colocar em prática seu jogo veloz e vertical. Mestre no controle do espaço e do tempo, Eduardo leu a movimentação de Victor Sá e aguardou a janela certa para distribuir a bola. Victor foi esperto ao soltar a bola rápido para a ultrapassagem de Diego Costa, que, em dois toques, ajeitou a bola e finalizou cruzado. Substituindo Tiquinho, o centroavante mantém a capacidade do time em concretizar as oportunidades claras em gol, um ponto importante nessa campanha avassaladora no Brasileirão.
O Bahia foi armado por Renato Paiva para construir a partir da defesa como forma de atrair a marcação alta e explorar o espaço nas costas da última linha do sistema defensivo alvinegro. Em vantagem no placar, o Glorioso ficou mais confortável para abrir mão da posse e alternar os momentos de pressão mais alta sem a bola, mas acabou permitindo que o adversário tivesse muito volume de jogo. O Tricolor de Aço encontrou espaço e conseguiu ser agudo no ataque, terminando o primeiro tempo com onze finalizações. Na melhor chance, aos 18 minutos, Ademir parou em ótima defesa de Lucas Perri.
O Botafogo teve 41% da posse de bola e finalizou apenas quatro vezes na etapa inicial. Aos 27, na única chance concreta de ampliar o resultado, Segovinha apostou na jogada individual no contra-ataque e Marcos Felipe impediu o gol do paraguaio. Com um aproveitamento de apenas 74% nos passes, o time não foi capaz de aproveitar a velocidade na transição ofensiva. Por vezes, faltou uma iniciativa de maior controle no meio-campo para evitar jogadas forçadas e um jogo unidimensional baseado apenas em contra-ataques.
Segundo tempo
Nos últimos três jogos do Campeonato Brasileiro no Nilton Santos, o Glorioso teve um início muito forte no segundo tempo. A equipe marcou gols nos primeiros dez minutos após o retorno do intervalo contra Bragantino, Coritiba e Internacional. Contra o Bahia, o gol de Diego Costa aos seis minutos reflete que essa força na etapa final não é obra do acaso. Atento na jogada, Gabriel Pires antecipou o adversário, tabelou rápido com Eduardo e cruzou na cabeça de Diego Costa. A cabeçada forte, para o chão, não deu tempo de reação para o goleiro. Mais que ajustes táticos do treinador, é o nível de concentração coletivo que faz a diferença e eleva o Alvinegro a um padrão de atuação incomparável na competição.
Diego Costa foi substituído por Janderson e deixou o campo aos 16 minutos com dois gols marcados em duas finalizações. Victor Sá também saiu e deu lugar a Luis Henrique. Logo depois, foi a vez do uruguaio Mateo Ponte fazer sua estreia na lateral direita, entrando na vaga de JP.
O Botafogo soube controlar melhor o jogo na segunda etapa e deixou o Bahia desconfortável no campo, ainda com maior posse de bola, mas sem o mesmo volume de jogo. Com a pressão mais encaixada na marcação, os erros na saída de bola dos baianos se acumularam, como ocorreu no lance do gol. Sofrendo menos na defesa, o ataque alvinegro fluiu com mais naturalidade.
O Glorioso definiu o jogo aos 30 minutos. 16 segundos separaram uma cobrança de escanteio do Bahia da finalização de Luis Henrique. Hugo teve papel fundamental na construção da jogada. O lateral tirou a bola da área, limpou a marcação, escapou em velocidade pelo lado direito e lançou Luis Henrique com o campo aberto em profundidade. O ponta marcou bem a linha do meio-campo para evitar o impedimento e usou sua força e velocidade para ferir a defesa adversária.
Matías Segovia não foi brilhante, mas jogou por 83 minutos, muito acima de sua média de 34 minutos por jogo no Brasileirão. Gabriel Pires, também substituído aos 37 minutos da etapa final, voltou a dar boa resposta em campo após o longo tempo de inatividade por lesão.
O Botafogo vai decidir a classificação para a fase semifinal da Copa Sul-Americana na próxima quarta-feira (30), às 19h, contra o Defensa y Justicia na Argentina. Em jogo válido pela Copa de la Liga Profesional neste domingo, os argentinos pouparam os titulares e empataram sem gols com o Platense.
Números do jogo: (Sofascore)
Posse de bola – BOT 44% x 56% BAH
Passes certos – BOT 290 (76%) x 400 (81%) BAH
Finalizações – BOT 10 (5 no gol) x 19 (6) BAH
Gols esperados (xG) – BOT 2.06 x 1.16 BAH
Finalizações dentro da área – BOT 6 x 11 BAH
Chutes travados – BOT 1 x 9 BAH
Grandes chances de gol – BOT 5 x 2 BAH
Grandes chances perdidas – BOT 2 x 2 BAH
Defesas do goleiro – BOT 6 x 2 BAH
Cruzamentos – BOT 4/10 (40%) x 6/21 (29%) BAH
Bolas longas – BOT 44/67 (66%) x 16/40 (40%) BAH
Desarmes – BOT 20 x 12 BAH
Interceptações – BOT 17 x 13 BAH
Cortes – BOT 23 x 12 BAH
Disputas de bola vencidas – BOT 56 x 52 BAH
Disputas aéreas vencidas – BOT 15 x 15 BAH
Dribles – BOT 11/16 (69%) x 11/20 (55%) BAH
Faltas – BOT 14 x 10 BAH
Cartões amarelos – BOT 2 x 3 BAH