Receba notícias do Botafogo no canal do FogãoNET no WhatsApp!

Análise: golaço de Tiquinho Soares ameniza (mas não apaga) escolhas ruins de Bruno Lage em Botafogo 1 x 1 Goiás 

18 comentários

Blog da Redação

Blog da Redação

Compartilhe

Análise: golaço de Tiquinho Soares ameniza (mas não apaga) escolhas ruins de Bruno Lage em Botafogo 1 x 1 Goiás 
Reprodução/SporTV

O Botafogo empatou com o Goiás, voltou a pontuar no Brasileirão, mas chegou a marca de quatro jogos sem vencer no campeonato. No 1 a 1 disputado no Nilton Santos, os holofotes estiveram no lado de fora do campo. A divulgação da escalação com Tiquinho Soares fora do time titular provocou insatisfação entre a torcida e mexeu com o ambiente do estádio. As escolhas controversas de Bruno Lage adicionaram ainda mais tensão sobre os jogadores, que mostraram certo nervosismo e afobação durante a partida.

Mas não foi só no ataque que Lage promoveu mudanças. Depois de atuações inseguras de Di Placido na lateral direita, o treinador ratificou Tchê Tchê como coringa e deslocou o volante para a posição. No meio-campo, Gabriel Pires formou com Marlon Freitas uma dupla de mais combativa e de maior qualidade no passe. No lado direito do ataque, Júnior Santos voltou ao time titular.

Primeiro tempo

As polêmicas na escalação, somadas ao jejum de vitórias, transformaram o Nilton Santos em um paiol de pólvora, para o bem e para o mal. A mesma torcida que lotou as arquibancadas mais uma vez para fazer festa e apoiar o time, também começou o jogo com pouquíssima paciência com os erros da equipe. E o começo forte do Goiás deixou o ambiente ainda mais tenso nos primeiros minutos. Rápido e vertical, o Esmeraldino conseguiu envolver o sistema defensivo alvinegro e chegou duas vezes com perigo em quatro minutos de bola rolando.

O Botafogo cresceu no jogo quando encaixou a pressão no campo ofensivo e provocou o erro na saída de bola adversária. Aos dez minutos, Diego Costa teve ótima chance defendida por Tadeu, após recuperar a bola na entrada da área. No entanto, por mais que a saída goiana se mostrasse claudicante, o Glorioso teve sérios problemas na articulação do jogo e sofreu para ser agudo no ataque, apostando excessivamente em soluções individuais que geraram perdas de bola em lances simples.

Enquanto isso, o Goiás seguia levando vantagem na transição em velocidade para o ataque. Nem sempre os visitantes conseguiram finalizar as jogadas, mas durante todo o primeiro tempo encontraram facilidade para conduzir a bola em direção ao gol de Perri. Pelo lado direito do ataque, Allano foi muito acionado e teve espaço para avançar. Aos 25 minutos, em um contra-ataque iniciado por ele, os goianos ganharam um escanteio. Na cobrança, o zagueiro Lucas Halter apareceu livre na primeira trave para fazer o gol.

Mais uma vez atrás no placar, o nervosismo tomou conta dos jogadores alvinegros definitivamente. Contra um adversário recuado, sem fazer questão de ter a posse de bola, o Botafogo não teve qualquer alternativa para furar o bloqueio. Gabriel Pires fez um péssimo primeiro tempo — com 59% de aproveitamento nos passes —, Eduardo teve nova atuação apagada, Júnior Santos procurou resolver sozinho e acumulou desperdícios de posse. Um absoluto vazio de ideias impediu que o time sequer pressionasse o adversário na reta final.

Segundo tempo

O trabalho de Bruno Lage no intervalo foi reparar seus próprios erros na formação da equipe. O treinador tirou Gabriel Pires e Júnior Santos para as entradas de Luis Henrique e Tiquinho Soares, recuando Eduardo e deslocando Victor Sá para a direita. Com uma dupla de centroavantes, foi Tiquinho quem assumiu o papel de fazer a bola rodar no campo de ataque e organizar o jogo. E não demorou para o artilheiro impactar no jogo alvinegro. Aos seis minutos, o camisa nove recebeu pela esquerda, cortou para a perna direita e, mesmo marcado por dois adversários, acertou um chute de rara felicidade de fora da área. Foi o 14º gol do artilheiro do Brasileirão, que encerrou um jejum de quatro jogos sem marcar.

Não apenas o gol, mas a simples presença de Tiquinho em campo mudou a atmosfera do Nilton Santos. Antes desconfiada e reativa, a torcida alvinegra incendiou as arquibancadas e injetou confiança nos jogadores. O Botafogo aproveitou o momento e fez a bola cruzar com perigo a área adversária algumas vezes. Diego Costa, por pouco, não virou o jogo no lance seguinte. O centroavante jogou mais enfiado na área como referência para os cruzamentos e foi um incômodo para os zagueiros.

O Goiás procurou parar o jogo com quedas e reclamações exageradas como forma de diminuir o ímpeto alvinegro. Uma longa pausa para a troca do equipamento de comunicação do árbitro também contribuiu para a quebra do ritmo do jogo. O Esmeraldino aproveitou para se reorganizar e tentar repetir o cenário do primeiro tempo.  

O Botafogo voltou a pressionar já na reta final, depois da troca de Victor Sá por Matías Segovia. O paraguaio deu novo fôlego ao lado direito do time e fez boa dobradinha com Tchê Tchê, mais solto para subir ao ataque. O lateral-volante acertou o travessão aos 38, na finalização que chegou mais perto de dar a vitória ao Glorioso.

O Botafogo enfrenta o Fluminense no Maracanã no próximo domingo (8), às 16h, no Maracanã.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 60% x 40% GOI

Passes certos – BOT 425 (85%) x 266 (76%) GOI

Finalizações – BOT 18 (6 no gol) x 8 (3) GOI

Gols esperados (xG) – BOT 1.05 x 0.50 GOI

Finalizações dentro da área – BOT 9 x 5 GOI

Grandes chances de gol – BOT 1 x 0 GOI

Grandes chances perdidas – BOT 1 x 0 GOI

Defesas do goleiro – BOT 2 x 5 GOI

Cruzamentos – BOT 6/40 (15%) x 2/8 (25%) GOI

Bolas longas – BOT 41/63 (65%) x 24/54 (44%) GOI

Desarmes – BOT 21 x 16 GOI

Interceptações – BOT 10 x 9 GOI

Cortes – BOT 9 x 37 GOI

Disputas de bola vencidas – BOT 81 x 63 GOI

Disputas aéreas vencidas – BOT 35 x 22 GOI

Dribles – BOT 9/16 (56%) x 10/15 (67%) GOI

Faltas – BOT 16 x 17 GOI

Cartões amarelos – BOT 4 x 4 GOI

Fonte: Redação FogãoNET

Notícias relacionadas