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Análise: na vitória sobre o América-MG, recuperação de Júnior Santos é o símbolo da volta do Botafogo vertical e letal

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Blog da Redação

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Análise: na vitória sobre o América-MG, recuperação de Júnior Santos é o símbolo da volta do Botafogo vertical e letal
Vítor Silva/Botafogo

Se o torcedor alvinegro esperava um jogo fácil contra o lanterna e virtual rebaixado América-MG, não foi o que se viu na noite de quarta-feira na Arena Independência. A vitória por 2 a 1 não veio com um desempenho impressionante, mas com o retorno de características coletivas que trouxeram o Botafogo até aqui. O encaixe na pressão alta, a verticalidade e a letalidade para aproveitar as poucas chances que o time criou garantiram os três pontos para o Glorioso. Autor dos dois gols da equipe no jogo, Júnior Santos é a imagem mais clara da recuperação de confiança do grupo com Lucio Flavio no comando.

O Botafogo foi escalado sem grandes surpresas para encarar o lanterna do campeonato. Nos lugares dos suspensos Marçal e Tchê Tchê entraram Hugo e Gabriel Pires. Lucas Perri e Adryelson retornaram da seleção brasileira e foram direto para o jogo. Na frente, Júnior Santos ganhou moral com a grande atuação contra o Fluminense e consolidou sua titularidade no lado direito do ataque.

Análise América-MG x Botafogo

Pior defesa do campeonato, o América deixou de sofrer gols na competição em apenas dois jogos. O treinador argentino Fabian Bustos encontrou na formação com três zagueiros uma forma de estancar a fragilidade defensiva da equipe, mas, depois de duas vitórias seguidas contra São Paulo e Santos, emendou uma sequência de cinco jogos sem vencer. Um cenário tem sido comum nos jogos do Coelho: o time pressiona, cria oportunidades e desperdiça muitas chances de gol. Os mineiros registram 38,5% de conversão de chances claras de gol (o Glorioso tem 51,9% de aproveitamento).

Primeiro tempo

Para encarar o adversário organizado em um 5-4-1 sem a bola, o Lucio Flavio colocou muitos jogadores atacando a área. Além dos movimentos diagonais de Júnior Santos e Victor Sá, Eduardo voltou a jogar mais próximo de Tiquinho como um segundo atacante. Marlon Freitas e Gabriel Pires tiveram papel importante na organização do jogo e distribuição da bola no ataque alvinegro. Com os pontas buscando a área, os laterais ganharam liberdade para subir e garantir amplitude ao time.

O Botafogo teve o controle da posse de bola no começo do jogo, ocupou o campo de ataque, mas demorou a encaixar uma boa jogada ofensiva. Aos 16 minutos, Tiquinho saiu da área e escapou da marcação forte que vinha sendo alvo, deixando a última linha de defesa afundada na área e sem referência. Victor Sá foi rápido para atacar o espaço e recebeu passe na medida do centroavante, mas finalizou cruzado para fora. O lance deu o caminho para Tiquinho, que passou a circular bastante na intermediária para receber a bola longe da pressão.

O gol alvinegro aos 21 minutos do primeiro tempo nasceu justamente de uma jogada do armador Tiquinho Soares. Em um contra-ataque, o artilheiro recebeu a bola no meio-campo, atraiu e fugiu da pressão de três adversários, até encontrar a janela de passe perfeita para Eduardo. O lance seguiu então com o DNA vertical da equipe que Lucio Flavio recuperou. Eduardo foi rápido para aproveitar a transição defensiva ruim do América e acionar Júnior Santos da maneira que potencializa o jogo do atacante, em progressão e com espaço para usar força e velocidade. Júnior recebeu, cortou para perna esquerda e conduziu até a finalização, que contou com desvio da zaga para tirar o goleiro da jogada.

Análise América-MG x Botafogo

Em desvantagem e em situação crítica no campeonato, o América se lançou ao ataque e o Botafogo não reagiu bem à postura mais ofensiva dos donos da casa. Martín Benítez começou a encontrar muito espaço nas costas da dupla de volantes, expondo uma fragilidade defensiva do Glorioso com a ausência de Tchê Tchê. Gabriel Pires reforça a capacidade de pressionar a posse adversária no campo de ataque, mas tem uma transição defensiva e ocupação de espaços inferiores ao volante titular.

Em apenas dois minutos, o América chegou três vezes cara a cara com Lucas Perri. Di Placido e o goleiro salvaram as duas primeiras tentativas, mas na terceira Benítez empatou o jogo aos 38. A jogada começou em um desarme em cima de Eduardo e um contra-ataque que criou um caos na defesa alvinegra. O argentino passou por três defensores e contou com uma antecipação mal sucedida de Cuesta que abriu espaço para uma tabela dentro da área. Um dado que retrata o apagão no Botafogo após o gol: o Coelho que finalizou pela primeira vez no jogo aos 28 minutos do primeiro tempo, foi para o intervalo com 12 finalizações.

Segundo tempo

A etapa final começou em uma temperatura mais baixa, com a posse de bola mais equilibrada e menos finalizações. Sem alterações, o trabalho de Lucio Flavio foi corrigir o posicionamento defensivo e devolver a confiança para o time voltar ao jogo. E, mais uma vez, a retomada da confiança teve Júnior Santos como símbolo. Aos quatro minutos, Adryelson conseguiu excelente desarme no campo de ataque, a bola sobrou para Júnior que não hesitou em soltar uma pancada de perna esquerda e anotar um golaço de fora da área.

O impacto da confiança para um jogador de futebol é intangível e muitas vezes subvalorizado. A postura de Júnior Santos nos lances dos dois gols marcados é uma prova. É difícil enxergar o Júnior de rodadas atrás definindo as jogadas sem medo de errar, sem hesitar e tomar decisões ruins. O mérito de Lucio Flavio e Joel Carli é conhecer bem o jogador e criar um ambiente positivo para potencializar suas virtudes.

Mais ligado, o Glorioso não cometeu o mesmo vacilo do primeiro tempo e controlou a maior parte do segundo tempo sem conceder chances de gol. Danilo Barbosa substituiu Gabriel Pires como alternativa para reforçar a marcação no meio-campo. Luis Henrique foi opção de sangue novo para aproveitar os contra-ataques no lugar de Victor Sá. O desgaste físico foi um limitador do desempenho do Botafogo na reta final do jogo. Adryelson sentiu o cansaço natural da viagem de volta da seleção. Eduardo também caiu muito de rendimento e foi peça discreta no segundo tempo. Junior Santos e Tiquinho deixaram o campo muito cansados.

O Glorioso terminou a partida com três zagueiros em campo. Philipe Sampaio e Cuesta no miolo de área e o estreante Bastos ocupando a lateral esquerda. Hugo formou a linha de meio-campo pela esquerda e teve a atenção chamada por Lucio Flavio quando recuou demais formando uma linha de cinco na defesa. O Alvinegro acabou chamando demais o América para perto de sua própria área e não conseguiu aproveitar os contra-ataques para definir a vitória. Ainda assim, o time conseguiu segurar a vitória, contando com boa intervenção de Perri em finalização de Cazares e o angolano Bastos salvando em cima da linha um chute de Renato Kayser no apagar das luzes.

Análise América-MG x Botafogo

O Botafogo recebe o Athletico Paranaense no próximo sábado (21), às 21h, no Nilton Santos. Em campanha de recuperação no Brasileirão, o Furacão perdeu apenas um dos últimos 13 jogos no campeonato. O Rubro-negro vem de importante vitória sobre o Grêmio em Porto Alegre.

Fonte: Redação FogãoNET

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