Pitacos: o contexto das vaias e entender os dois lados no Botafogo; momento pede pacto e união

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Pitacos: o contexto das vaias e entender os dois lados no Botafogo; momento pede pacto e união
Vitor Silva/Botafogo

* Sem qualquer intenção de dizer quem está certo ou errado na questão, é importante entender todos os lados e se colocar no lugar deles. Parte da torcida vaiou o Botafogo, que jogou com time misto na Copa Sul-Americana e ficou só no empate em 1 a 1 com o Defensa y Justicia (ARG), nesta quarta-feira, no Estádio Nilton Santos.

* Foi o suficiente para levantar fortes debates, para haver “críticas às vaias”, apoio, reação dentro de campo e repercussão na mídia. Mas é para tanto? Desde que o futebol é futebol, vaia é a principal arma para o torcedor protestar, sem violência ou confusão.

* Quem vaiou se sentiu no direito (na razão ou na obrigação) de vaiar. Quem apoiou preferiu apoiar. Quem não se manifestou optou por ficar na sua. Esse é o ponto. Cada um torce do seu jeito, não há como ensinar ninguém a torcer. E é preciso levar em consideração o contexto do Brasil (e do mundo), com as pessoas mais exigentes, mais irritadas e mais críticas em todo lugar. No futebol não seria diferente. É só ver o Palmeiras, campeão de tudo nos últimos anos, sendo alvo de protestos recentemente.

* Por outro lado, vale tentar pensar como quem está dentro do Botafogo, seja dirigente, treinador, jogador ou funcionário. Eles estão fazendo a melhor campanha dos últimos anos e têm o título brasileiro como possibilidade real. Como vão se sentir com vaias em um tropeço com time reserva? Pois é, vão ficar incomodados. Inconscientemente, fica uma sensação de que a torcida não está jogando junto. E não é bem assim.

* A torcida do Botafogo tem lotado o Estádio Nilton Santos e feito festas espetaculares. Reage aos estímulos que vem do campo. E quais são os estímulos que o clube transmite na Copa Sul-Americana? Um time que poupa jogadores e, parece, energia para o Brasileirão. O foco do Botafogo não é 100%, o da torcida também não. Simples assim.

* O momento pede união e uma espécie de pacto, como já foi feito tantas vezes em anos anteriores. Mais do que nunca, é hora de jogar junto. É só Botafogo e torcida continuarem fazendo o que fizeram até agora que terão muito a comemorar, juntos, no fim do ano.

* Contra o Bahia, certamente, o clima será outro. A começar já por o Campeonato Brasileiro permitir festa, fumaça, bandeirão, faixas e instrumentos. É outro ambiente que a torcida pode gerar. E em campo certamente o time irá com outra motivação e com determinação bem maior.

* Dito isso, o Botafogo poderia ter colocado mais titulares e até ter feito melhor com reservas diante do Defensa y Justicia. Mas não se cobra planejamento no futebol? Certo ou errado, a mensagem que se passa é que o Botafogo prioriza o Brasileirão. Concordamos? Não muito. Mas é a decisão do clube, vamos torcer para dar certo.

* Ainda assim, com tantos reservas, a vitória era possível, até abrindo vantagem boa no confronto. O jogo ficou tão fácil, sobretudo após o gol, que a concentração baixou, veio uma falha defensiva e o empate. Castigo injusto, mas que faz parte do futebol. Não se pode baixar a guarda.

* Bruno Lage age de forma racional ao poupar na Sul-Americana (talvez por ordem de cima) e ao proteger os jogadores das críticas. Possivelmente, não tem a dimensão de um título continental e considera o Campeonato Brasileiro o grande objetivo. Faz parte. O problema é que tem feito experiências demais e mudado determinadas características do time. Já é hora de encontrar seu time titular, seus jogadores de maior confiança, não insistir tanto em quem não está rendendo e dar uma estabilidade maior à equipe.

* Tempo dá, e qualidade no elenco há. Basta acertar a mão que a torcida vai junto. Afinal, o que mais quer é poder comemorar uma grande conquista.

Fonte: Redação FogãoNET

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