* Assim como com Enderson Moreira, fica aqui o muito obrigado a Eduardo Freeland, pelo trabalho realizado em 2021. Ele deixou o Botafogo e é o novo diretor-executivo do Bahia. Por que o agradecimento a Freeland?
* Em primeiro lugar, é bom ressaltar que é óbvio que houve erros. E até erros óbvios, como a contratação de Rafael Carioca ou a montagem do elenco a partir do aval do técnico Marcelo Chamusca. Ou perdas fáceis de jogadores, como Sousa, PV e Rafael Ravarro, que entram também na delicada situação financeira do Botafogo. Mas é esta mesma situação que faz o trabalho de Freeland merecer reconhecimento.
* Era absolutamente difícil reconstruir o Botafogo após a tragédia deixada pelo Mais Botafogo e pelo Comitê Executivo de Futebol, com o clube devastado na Segunda Divisão. Sem dinheiro, sem credibilidade, sem poder de investimento e desacreditado, entrou na Série B longe de ser um dos favoritos a subir. E subiu. Como campeão.
* Freeland teve papel fundamental, como mostraram os bastidores do clube na série “Acesso Total“. Comandou o elenco, motivou jogadores individualmente e teve sinergia com Enderson Moreira. Técnico que chegou meio na sorte – a primeira opção era Lisca -, mas deu certo. Se nas derrotas se culpam técnicos e dirigentes, nas vitórias e nos títulos também é preciso dar mérito a eles.
* Eduardo Freeland cumpriu a missão no Botafogo. Por mais que digam que não é um “rebaixamento”, deixar de ser diretor de futebol para liderar um projeto na base não é a mesma coisa. Aí entra a opção individual de cada um. Ele poderia comandar a base alvinegra e revolucioná-la. Preferiu continuar à frente de um departamento de futebol. É justo. Assim como é justo o clube (ou melhor, John Textor) escolher outro profissional para sua antiga função.
* No primeiro jogo após a assinatura de contrato de John Textor, o Botafogo deu sinais de mudanças, aparentemente uma orientação de cima. Mais jogadores da base em campo, time mais ofensivo, atletas em suas verdadeiras posições, nada de Fabinho ou Breno jogando em vez de jovens.
* Lucio Flavio, que vinha inventando nos últimos jogos, fez o básico. Raí, que é meia, jogou como meia, não como extremo. Luiz Fernando atuou aberto pela direita, não pela esquerda. Nada de Vitor Marinho improvisado. Na ponta-esquerda, jogou um ponta, Rikelmi, que mal tinha atuado antes, mas aproveitou bem a chance. Nada de dois centroavantes juntos. Nada de dois volantes apenas marcadores juntos. Nada de Fabinho improvisado de ponta-direita.
* Em que pese a fragilidade do adversário, funcionou bem. O Botafogo goleou o Volta Redonda por 5 a 0, sem qualquer dificuldade. Era realmente possível desempenhar um futebol melhor.
* Enfrentar Flamengo ou Fluminense na semifinal? Quem vocês preferem? Na verdade, pouco importa. A ansiedade maior é pela chegada do técnico Luís Castro e de reforços, para que o Botafogo possa se preparar bem para a disputa do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.