Luís Castro, uma decepção que abre espaço para a consolidação das nossas certezas

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Luís Castro em Palmeiras x Botafogo | Campeonato Brasileiro 2023
Vítor Silva/Botafogo

Quero começar dizendo que não julgo a decisão de Castro em ir embora por questões financeiras, já que ninguém conhece sua situação real e seus planos/necessidades pessoais. Gostaria de abordar outros aspectos além do dinheiro e, mais importante ainda, comentar como o Botafogo está mais preparado do que nunca para lidar com o cenário atual.

Acredito que dois fatores sejam os mais relevantes nessa análise sobre a saída do Castro: incoerências entre discurso/prática e a condução equivocada do processo de saída. Durante esse pouco mais de um ano à frente do Botafogo, Castro sempre deu ótimas entrevistas e demonstrou um profundo conhecimento do mundo do futebol, do campo de jogo e de como tudo isso se relaciona com o modelo de sociedade atual em grande parte do mundo.

Assistir às coletivas de imprensa de Castro sempre significava ouvir frases excelentes sobre respeito, trabalho sério, honestidade, valores, saúde mental, choques culturais, liderança, responsabilidade social e tantos outros elementos que pareciam formar a base de seu trabalho. No entanto, um discurso precisa sempre ser respaldado por ações no mundo real, caso contrário, será apenas um esboço.

Durante toda a coletiva de quinta-feira, vimos Castro fazendo malabarismos retóricos para defender algo que só encontra fundamentos nele próprio, ou seja, todos que o ouviam sabiam que a decisão de sair não dependia apenas da assinatura de uma rescisão, pois isso foi sendo deixado claro ao longo desta semana, até mesmo através do silêncio que alimentou uma estranha indefinição para alguém com convicções tão fortes quanto as que nos foram apresentadas nas coletivas concedidas neste período dele no Botafogo. Castro encaminhou sua saída de forma muito negativa, o que me causa uma imensa decepção.

O momento atual é de lamento, mas esse sentimento não pode e certamente não durará muito. O Botafogo de hoje é completamente diferente daquele dirigido por amadores. Neste momento, temos um clube muito mais estruturado, que sabe exatamente onde e como quer chegar. Nosso clube nunca esteve tão bem preparado para enfrentar esse processo de escolha, contratação e inserção de um novo técnico, e isso é um grande mérito de todos os que vêm trabalhando no Botafogo (incluindo Castro e sua comissão técnica).

Na minha opinião, nós torcedores precisamos apoiar ainda mais esse elenco, tendo em mente que um período de oscilação pode ocorrer. Não devemos sobrecarregar esse elenco com a comparação a times do passado que, por várias razões, deixaram de aproveitar momentos em que lideravam ou disputavam na parte superior da tabela. Aqueles elencos faziam parte de uma estrutura que não estava sustentada em bases sólidas e, por isso, não foram capazes de suportar o peso de acontecimentos e decisões ruins.

Precisamos e vamos seguir em frente, pois hoje somos um clube sólido.

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