Marcelo Chamusca vem dando a volta por cima no Botafogo. E é muito bom que isso aconteça. O treinador conhece a Série B e parece ter finalmente entendido a diferença entre dirigir o Botafogo e o Cuiabá, com todo respeito ao clube do Mato Grosso. Mas o momento ainda é de construção e por isso mesmo o treinador precisa tomar cuidado com o que diz, para depois não ser vítima de suas próprias falas.
Após o jogo contra o Remo, Marcelo Chamusca disse que não tem posições carentes no elenco. De fato as últimas contratações resolveram quase que de forma integral os problemas do plantel. Luís Oyama deu equilíbrio tão necessário a um primeiro volante. Rafael Moura deve ser a referência que tanto se espera na frente. Há opções em alguns setores. Mas chamo atenção para a criação de jogadas.
Atestado para não se buscar um camisa 10

Chamusca ao dizer que não tem posições carentes dá um atestado de que o clube não precisa buscar um camisa 10. Aposta provavelmente no bom momento de Chay, este sim uma bela aquisição, e no fato de que pode contar com duplas de laterais em campo que tornem o time mais perigoso. Dobradinhas como Jonathan e Warley na direita ou PV e Guilherme Santos na esquerda podem acabar causando problemas aos rivais. Não tiro a razão ao treinador. Mas acho pouco para uma competição tão desgastante.
Apostar que Chay vai resolver sozinho a criação de jogadas é colocar muito peso nas costas do atleta, que vem tendo um bom começo, mas não pode ser tratado como salvador da pátria. Se fosse treinador do Botafogo pediria sim um nome para criação de jogadas. Alguns nomes livres no mercado são opções que podem ser baratas e simples. Renato Cajá, em negociação com o CSA, é um exemplo. Seria uma boa em um contrato de produção. Mas tem outros.
Mas independentemente disso o momento do Botafogo é bom neste começo de temporada e isso traz um pouco mais de tranquilidade aos corações alvinegros.