Justiça comum? Botafogo precisa confiar que o futebol realmente vai mudar

John Textor em Botafogo x Palmeiras | Campeonato Brasileiro 2023
Reprodução/TV Globo

Vi com um misto de esperança e preocupação a informação de que John Textor pretende ingressar com uma ação na Justiça comum por conta das supostas manipulações de resultado no Campeonato Brasileiro-2023. Acredito que para ele agir dessa forma vai ser preciso uma coisa: confiança de que o futebol brasileiro realmente vai mudar.

O histórico dos clubes que procuraram a Justiça comum no futebol não é nada agradável. O peso da mão da CBF e até mesmo da Fifa, embora hoje nossa entidade não tem nenhum respeito na esfera mundial, costuma ser duro. Lembro do nosso América do Rio de Janeiro, muito prejudicado em 1986 e que tentou buscar seus direitos com razão. Entrou em decadência porque sentiu justamente o peso de algumas antipatias.

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Algo de muito sério aconteceu quando o assunto é o nível da arbitragem nesta edição do Campeonato Brasileiro. A CBF nunca explicou escalas suspeitas, como o Palmeiras ser o único clube a ter árbitros de seu próprio estado nos clássicos estaduais. Também nunca se posicionou sobre o excesso de árbitros paulistas em jogos do Botafogo. Sempre defendeu erros bizarros dos árbitros, fazendo malabarismo para explicar equívocos. Se não houve desonestidade, ninguém duvida da incompetência. Portanto, fazer algo é necessário.

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Diante deste cenário algo precisa ser feito. Acredito que John Textor deva usar essa possibilidade de Justiça comum para lutar por melhorias reais, como profissionalização da arbitragem e a retirada dos poderes da CBF em competições dos clubes. Deixa a entidade com Seleção Brasileira, que pelo visto Ednaldo Rodrigues nem consegue dar conta. Por sinal, nem é bom falar mal dele, pois já viram quem está cotado para substituto?

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Textor deveria procurar CBF

Ednaldo Rodrigues em São Paulo x Flamengo | Copa do Brasil 2023
Textor deveria procurar Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Foto: Reprodução/Premiere)

Buscar a Justiça comum só teria validade se as SAFs realmente tiverem lugar de fala no futebol brasileiro. Como escrevi aqui antes, em um cenário com cada clube tendo seus empresários no comando no mesmo nível que vemos no Botafogo, é pouco provável que as nossas entidades tenham no comando alguns dirigentes sem preparo nenhum, ainda cheirando o total amadorismo.

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Se confia mesmo no relatório, Textor deveria procurar a CBF para uma conversa e mostrar o documento. Ver o impacto com que recebem isso e tentar tirar algo de proveitoso. Ninguém está falando em benefícios ao Botafogo. Mas sim na melhora do produto. Textor precisa saber o local que está pisando.

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